Jovens latino-americanos se reunirão na Venezuela

Adital Jovem – 11/07/2014 – [ Américas ]

26 organizações continentais se reunirão para compartilhar a realidade latino-americana e as formas de resistência na defesa da paz, os direitos humanos e a soberania.

Nos dias 14 e 20 de julho se realizará na Venezuela, no Estado de Lara, o Encontro de Jovens Líderes do América do Norte e do Sul. A reunião é organizada pelo Observatório da Escola das Américas (SOA Watch em inglês) e reunirá líderes juvenis de 20 países do continente, que se congregaram para compartilhar a realidade que vivem seus povos e as experiências de resistência que suas organizações desenvolvem.

Dentre os participantes desse Encontro estarão presentes Ana Avilés, de El Salvador; Jonathan González, do Panamá; Francisco Cortes, do Chile; Jezell Mendoza, da Nicarágua; e Giuliani Alvarenga, do EUA, entre outros.

Ana Avilés, integrante do Centro de Intercâmbio e Solidariedade, disse que vai ao Encontro de Jovens “com o sonho de que se possa consolidar mais laços de solidariedade entre os povos” e que é importante “contribuir para a construção de novas ideias que ajudem a responder a diversas situações que vivemos para seguir lutando pela transformação social de nossos povos”.

Afirma que os três problemas que hoje afetam os jovens salvadorenhos são o tema da segurança, da economia e da educação. Indica que esses são direitos que todos os cidadãos deveriam ter garantidos.

“Lamentavelmente nosso país necessita de políticas sobre prevenção da violência, possuímos uma alta quantidade de pessoas desempregadas e para o caso dos jovens é ainda mais difícil por conta do requisito da experiência. Ao mesmo tempo, pela má situação econômica nossos jovens abandonam seus estudos para se dedicarem a trabalhar e assim poder levar alimento para suas casas”, afirma Avilés.

Johathan González, do Movimento Victoriano Lorenzo do Panamá, disse que vai ao encontro com muitos sonhos. “O internacionalismo que Che nos ensinou. Vou com o sonho de Bolívar, o da unidade latino-americana”. Para Johathan “é o sistema capitalista que gera os principais problemas. Um desses é o fim da educação gratuita e a mudança dos sistemas curriculares que somente graduam analfabetos funcionais”.

“A engrenagem do sistema neoliberal arrancou a consciência da juventude panamenha e o dinamismo de luta, já que os novos modelos educativos têm eliminado a filosofia e a História das relações diplomáticas dos EUA com Panamá”, afirma. Johathan González acrescenta que a Escola das Américas, o comando Sul, desenvolvem políticas que vão contra a unidade dos povos e que hoje é indispensável “unificar esforços e lutar contra esses grandes poderes”.

Para Francisco Cortes, da Juventude Guevarista e representante do Observatório pelo fechamento da Escola das Américas do Chile, um dos problemas que afeta a juventude chilena é “a educação de má qualidade, autoritária, discriminatória e reprodutora das diferenças de classe. O mesmo tem sido um dinamizador no processo de luta e articulou os filhos da classe trabalhadora”.

Cortes indica que “as drogas e o álcool mantém a nossa juventude alienada, permeando nosso povo e arrebatando as organizações populares esse espaço de construção política. Creio que de forma lenta estão recuperando esse espaço de luta e recompondo o jovem como sujeito político”.

Giuliani Alvarenga, da SOA Watch, afirma que vai ao Encontro de Jovens com a ideia de fortalecer as conexões e poder colaborar com os outros ativistas de toda América Latina. “Creio que somos a geração que tem que tomar a iniciativa para poder combater esses sistemas que lastimam nossos países”, expressa.

Para Jezell Mendoza, da Associação de Mulheres Indígenas da Costa Atlântica da Nicarágua, o tema da educação é fundamental. Disse que há “falta de políticas educativas que permitam que cada jovem possa ter acesso à educação”. Acrescenta que falta também humanizar em educação sexual e reprodutiva e que não existem programas para o empoderamento econômico para jovens adolescentes.

“Vou ao encontro com a visão de conhecer diferentes jovens que exercem seus conhecimentos, liderança e empenho na luta pelos direitos humanos e na exigência de que se respeite a cada ser humano, incluindo sua propriedade, suas idiossincrasias e suas peculiaridades”, informa Jezell.

Temas como direitos humanos, meio ambiente, povos indígenas e militarização imperialista são alguns dos temas que estarão presentes nesse Encontro de Jovens na Venezuela que reunirá representantes de 26 organizações continentais.

(Fonte: http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81469)

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