By: William Júnio ESCRITO POR WILLIAM JÚNIO – ESTILO2 DE JUNHO DE 2015
“E ae mano, tudo na boa?! Já repararam que a cada dia que passa, as pessoas que tentam achar o seu estilo próprio, elas partem do pressuposto de “ser diferente e único” para encherem a boca e dizerem: “Eu tenho o meu estilo próprio”.
Será mesmo?
O que acontece é: estas pessoas não sabem o que estão dizendo. Talvez pela falta do mínimo de conhecimento, porque este termo é mais complexo do que acham. E não são somente os que dizem tal observação. Ainda tem uma galera que começam a rotular as pessoas do tipo:
“Olha o cara pagando de rockeiro ali!”
“Maninho acha que é playboy né!”
“Colocou aba reta já se acha o Mano das quebrada”
Eu tenho meu estilo próprio? Vamos a uma breve explicação e uma leve crítica.
“Poxa, eu tenho meu estilo próprio!”
Desde quando a moda começou a se influenciar nas ruas, começamos a perceber vários estilos. Da metade do século XX até o início do século XXI tínhamos realmente tribos urbanas bem classificadas e distintas. Na década de 70 podíamos claramente identificar quem era Punk e quem era hippie, ou até mesmo a galera da discoteca.
Já na década de 90 via-se de longe a turma do Grunge e os Mauricinhos.
Hoje temos dificuldade. Não vemos essa diferença gritante nas pessoas e seus grupos. Podemos dizer que ainda existem alguns que resistem, tentando viver movimentos e ideologias do passado, que costumo chamá-los de “garotos nos tempos da vovó”. Não que eu esteja criticando estes movimentos, afinal, tiveram grande importância na história da moda e também na história geral do século XX.
Eu sou um grande admirador da estética Punk. Acho que todos já perceberam né! Mas não me classifico como tal.
Eu tenho o meu próprio estilo? Observando como um flâneur.
Flâneur era um estilo de homem do século XIX em Paris, caracterizado por Baudelaire como:
“aquele que perambula, observando as pessoas e a cidade.”
Ou seja, ao observar o street style e as pessoas, fazemos como um Flâneur. Mas não vim aqui falar sobre isto e sim do descuido ao usar o termo “Eu tenho meu estilo próprio”.
O grande problema nesse termo é que vivemos em uma época tão acelerada e tão movimentada, com tantas informações que fica difícil definir o determinado estilo de alguém. Veja bem, vivemos em uma época que tudo se misturou.
A calça rasgada do Punk hoje anda pelo Mauricinho juntamente com uma camisa Lacoste e também pulseiras que lembram os hippies.
Definir um grupo pertencente a uma pessoa e ainda mais definir se ela tem “um estilo próprio” é algo inviável para os dias de hoje. Pode-se misturar tudo o que gosta, mas isso não quer dizer que seja seu estilo e sim uma conglomeração de vários estilos. Dizer que você tem o seu estilo próprio é partir do zero e criar algo inovador e inédito. É fazer como Chanel, Dior ou David Bowie, por exemplo, estes grandes nomes da moda. Criar algo jamais visto e assim partilhar com o mundo.
Então, quando pensar em dizer: eu tenho o meu estilo próprio, pense bem. Em grandes nomes da moda e em todas as tribos urbanas do século XX. Tribos que tiveram um intuito para acontecer e usar o que usavam. Sim, elas nos deixaram bastante heranças na moda, e, graças a elas, hoje podemos brincar e nos divertir com a diversificação de peças e estilos.
E aqui no final vou a dizer: misturar vários estilos não é ter estilo próprio.
É isso ae pessoal! O que acharam dessa minha observação? O que pensam a respeito? bora discutir nos comentários?”