Sundar Pichai, o indiano tímido que manda no Google e será o executivo mais bem pago dos EUA

Com 43 anos, o indiano Sundar Pichai, novo presidente do Google, está em vias de se tornar o executivo mais bem pago dos Estados Unidos.

Segundo foi anunciado na terça-feira, Pichai deve receber um pacote de remuneração multimilionário que inclui US$ 200 milhões (R$ 786 milhões) em ações da empresa.

No ano passado, os executivos mais bem pagos do país foram, segundo a revista Forbes, John Hammergren, da McKesson (empresa do setor de saúde), que ganhou US$ 131 milhões (R$ 515 milhões), e Ralph Lauren, que embolsou US$ 66 milhões (R$ 259 milhões) como presidente da empresa que leva seu nome.

Pichai é o principal executivo do Google desde outubro, quando o famoso site se converteu em uma subsidiária de um conglomerado conhecido como Alphabet, presidido pelos fundadores do Google, Sergey Brin e Larry Page.

Seu patrimônio agora é estimado em US$ 650 milhões (R$ 2,5 bilhões) – uma vasta fortuna para a maior parte da humanidade, mas pouco se comparado ao patrimônio de Brin e Page, que, segundo a Forbes, teriam cada um algo em torno de US$ 34 bilhões.

Nascido em Madras, na Índia, e filho de um engenheiro de classe média, Pichai teria sido um menino tímido e calado, segundo o jornal indiano The Hindu.

Sua infância não teve muitos luxos. A primeira linha de telefone de sua casa, por exemplo, foi instalada quando ele já tinha 12 anos. Na época, os passeios da família eram feitos com todos em cima de uma pequena motocicleta.

Pichai se formou em engenharia em uma faculdade local, onde conheceu aquela que seria sua mulher – e com quem teria dois filhos.

Depois foi estudar um mestrado na Universidade de Stanford, na Califórnia, fazendo, em seguida, um MBA na Wharton School.

Os planos para cursar um doutorado foram adiados após ele ser contratado como engenheiro em uma produtora de semicondutores chamada Applied Materials.

Depois disso, Pichai também trabalhou como consultor na McKinsey, entrando no Google em 2004.

Carreira meteórica

Sua ascensão na empresa foi meteórica, sendo impulsionada principalmente pelo sucesso do browser Chrome, produto do qual ele era encarregado.

Com o tempo, Pichai também passou a ser responsável pelo desenvolvimento do Gmail e do Google Maps.

Sua fama é de profissional afável, bem visto por colegas e subordinados, além de apaixonado por projetos grandes e ambiciosos.

As informações sobre seu polpudo pacote de remuneração, porém, certamente devem reaquecer nos EUA a discussão sobre a grande desigualdade entre o que recebem os executivos do alto escalão das empresas e o restante dos seus trabalhadores.

A notícia também vem à tona em um momento em que o Google é alvo de críticas pela forma que lida com suas questões tributárias.

Recentemente, a empresa chegou a um acordo com autoridades britânicas para pagar impostos que estariam pendentes no país desde 2005.

“Pichai vai ganhar mais do que os US$ 187 milhões (R$ 735 milhões) que o Google, com relutância, aceitou pagar ao governo britânico”, diz uma matéria publicada no jornal britânico The Guardian.

“Críticos do polêmico acordo tributário calculam que o o Google tenha obtido US$ 34,6 bilhões (R$ 136 bilhões) em vendas no Reino Unido entre 2005 e 2014 e (…) lucros estimados de cerca de US$ 10,4 bilhões (R$ 40 bilhões).”

Na semana passada, a Alphabet superou a Apple, tornando-se a empresa mais valiosa do mundo ao anunciar um lucro de US$ 4,9 bilhões (R$ 19,2 bilhões) no último trimestre de 2015.

(Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160210_executivo_indiano_ru, data de acesso 10/02/2016)

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