Autora: Fabiana Nanô Do UOL, em São Paulo 22/09/2012 – 06h00
A última Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), divulgada nesta sexta-feira (21), mostrou que o Brasil possui 5,8 milhões de mulheres a mais do que homens. De uma população de 195,2 milhões de habitantes, 100,5 milhões –ou 51,5%– são mulheres e 94,7 milhões são homens –48,5% do total.
“Eu brinco que mulher só ‘sobra’ depois dos 60 anos”, diz Iná Elias de Castro, professora de geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Para ela, os homens morrem mais cedo do que as mulheres por causas relacionadas ao stress provocado pelo trabalho. “Eles são mais sobrecarregados, correm mais risco de sofrer infarto, por exemplo.”
Soma-se à isso o fato de se cuidarem menos do que as mulheres. “Os homens vão menos ao médico. As mulheres são muito mais preocupadas com a saúde. Por isso, a partir de 60 anos começa a haver uma redução da população masculina em relação à feminina”, continua a professora.
Quanto à morte de homens jovens, Iná menciona a violência como grande responsável de a população masculina ser menor. “Essas pesquisas em geral são feitas em áreas urbanas, e a violência urbana afeta mais os jovens que as pessoas idosas.”
Em comparação com dados de 2000, a população feminina cresceu 14% –havia 86,2 milhões de mulheres no país há doze anos. Em relação a 2009, o aumento foi de 2%.
De acordo com o levantamento, os homens são mais numerosos até os 19 anos, mas a partir dos 20 anos a relação se inverte.
Em 2011, eles contabilizavam 31,8 milhões de residentes até os 19 anos, ao passo que elas eram 30,6 milhões nesta mesma faixa etária. Acima dos 40 anos, havia 37,7 milhões de mulheres para 32,5 milhões de homens.
No Norte, porém, a tendência de igualdade numérica entre os sexos já havia sido registrada em 2009, e se manteve em 2011. Nesta região, há 8.274 homens para 8.225 mulheres – em 2009, estes números eram de 8.008 e 8.002, respectivamente.
De acordo com Iná, isto ocorre pois muitos homens migram para o Norte em busca de trabalho nos grandes projetos de mineração, que atraem mão-de-obra masculina. “É possível que isso acabe gerando este equilíbrio.”
Por outro lado, o Sudeste registra a maior desigualdade numérica entre os sexos –são 42.511 mulheres para 39.556 homens. Em 2009, eram 41.708 e 39.050, respectivamente.