Destaque da reportagem: “Arthur Guerra, especialista em dependentes químicos, fala sobre drogas”

8.07.2015 / 10:33

Arthur Guerra || Créditos: Roberto Setton

O psiquiatra Arthur Guerra, um dos maiores especialistas do país em dependência química, traça o perfil do paciente mais difícil de tratar: tem mais de 40 anos, muito dinheiro e não admite que precisa de ajuda

***Por Márcia Rocha para a Revista PODER de julho

“Todos os dias, o psiquiatra paulistano Arthur Guerra pula da cama às 4h30 da manhã e encara uma pesada rotina de exercícios físicos das 5h às 9h30. Só para aos domingos. De seis anos para cá, Guerra, um maratonista de carteirinha (tem 11 corridas no currículo), resolveu aderir ao triatlo, esporte que reúne não só uma maratona completa, ou seja, correr 42 km, mas também pedalar 180 km e nadar outros 3,8 km – tudo em seguida. A explicação para tanto suor é que em agosto ele embarca para a Áustria. Vai disputar o campeonato mundial do Ironman 70.3. “Só de ir para lá já me sinto premiado”, diz o médico de 61 anos, que foi selecionado para representar o Brasil na prova.

Sua outra maratona, a de trabalho, que dificilmente dura menos de dez horas por dia, também não é para iniciantes. É professor titular na Faculdade de Medicina do ABC, onde se formou em 1978, e professor associado de Psiquiatra na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Nessa última, criou e é chefe do programa do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea). Também preside o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) e o International Council on Alcohol and Addictions (Icaa). Além disso, atende em sua clínica, no bairro da Vila Olímpia, em São Paulo, pacientes endinheirados com transtornos psiquiátricos e histórico de abuso de álcool e drogas como maconha, cocaína, anfetamina, metanfetamina, opiáceos e até crack.

Fundada há mais de duas décadas, a Clínica Arthur Guerra conta com psiquiatras, cardiologistas, psicólogos, neuropsicólogos, personal trainers e nutricionistas e é uma das principais referências no país em sua área. Foi lá que ele recebeu PODER para uma conversa. A entrevista precisou ser interrompida mais de uma vez porque uma paciente precisava de internação imediata. O caso era grave – como todos os que ele costuma atender, aliás.”

Saiba mais sobre todos os tipos de dependência química, e se são mais vulneráveis os homens ou as mulheres, saiba qual é a proporção de homens e mulheres entre seus pacientes, saiba muitas verdades que você desconhecia. Qual é a relação entre poder, dinheiro e uma carreira de sucesso com a dependência química? Saiba que há pacientes desde os 13 anos e, nesse grupo, há 70% de meninos e 30% de meninas. Entre os adolescentes de 16, 17 anos, a proporção é de 80% de rapazes e 20% de moças. Depois vêm os pacientes na faixa de 21 a 24 anos, o grupo dos universitários, o que mais usa álcool e drogas. O próximo grupo de pacientes é composto por pessoas que estão na faixa dos 25 aos 32 anos. Aqui, a proporção é de 60% de homens e 40% de mulheres. O próximo grupo de pacientes é composto por pessoas que estão na faixa dos 25 aos 32 anos. Aqui, a proporção é de 60% de homens e 40% de mulheres.

Veja quanto tempo, em média, uma pessoa leva para se tornar dependente de algumas drogas:

  • Álcool: 10 anos
  • Maconha: 5 anos
  • Cocaína: cerca de 1 ano
  • Crack e heroína: três vezes

PODER: Dependência tem cura?

Arthur Guerra: Melhor dizer que ela tem controle. Vamos supor que alguém esteja há 30 anos sem usar nenhum tipo de droga. Se utilizar novamente, volta tudo de novo, porque há uma herança química, genética.

Leia esta excelente entrevista e saiba todos os riscos e situações de dependência química em todas as fixas etárias.

(Fonte: http://glamurama.uol.com.br/arthur-guerra-especialista-em-dependentes-quimicos-fala-sobre-drogas/, data de acesso 10/10/2017)

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