Equipe Oncoguia
Data de cadastro: 14/03/2019 – Data de atualização: 14/03/2019
A cada dois pacientes diagnosticados com tumores renais, um acaba morrendo.
Toda segunda quinta-feira do mês de março, comemora-se o Dia Mundial do Rim. Dentre tantas patologias já conhecidas, quando o tema é câncer, pouco se fala sobre o renal e tudo que envolve o diagnóstico e tratamento. Esse tipo de câncer pode ser considerado relativamente incomum, atingindo cerca de 150 mil pessoas no mundo, em sua maioria homens na faixa etária de 50 aos 70 anos. No Brasil, a incidência estimada é de 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes.
Apesar da baixa incidência, dados do Globocan, um projeto da Organização Mundial da Saúde (OMS), indicam que a cada dois pacientes diagnosticados com tumores renais, um acaba morrendo. Em grande parte, a razão principal dos altos índices de morte se deve à descoberta tardia da doença.
De acordo com o Dr. Andrey Soares, oncologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO), unidade São Paulo do Grupo Oncoclínicas, o qual o Centro Capixaba de Oncologia (Cecon) também faz parte, em seus estágios iniciais, o câncer de rim costuma apresentar poucos sintomas e, muitas vezes, seu diagnóstico é feito como um achado ocasional em exames de imagem realizados por outras razões.
Ele destaca que um pequeno número de pacientes tem massa abdominal palpável, dor e presença de sangue na urina. Outros sintomas tais como, falta de ar, emagrecimento e dores ósseas podem ser consequência das metástases da doença. “A confirmação do diagnóstico só é possível após a análise do patologista que muitas vezes ocorre após abordagem cirúrgica da lesão ou biópsia de alguma metástase”, ressalta o Dr. Andrey Soares.
A Dra. Cintia Elaine Nascimento, oncologista do Cecon, alerta para a importância dos exames periódicos como forma de prevenção do câncer. “Para evitar o tumor ou ter uma eficácia no tratamento, é importante a realização de exames periódicos como de sangue ou de urina e ter hábitos saudáveis, como uma boa alimentação e práticas diárias de exercícios físicos”, ressalta a oncologista.
Câncer renal e seus tipos
Há 5 diferentes tipos de câncer renal, sendo eles:
- Carcinoma Renal de Células Claras: conhecido com RCC (Renal Cell Carcinoma) é o mais comum, ocorrendo em 70% a 90% dos casos. Ele tem origem no tubo responsável por filtrar as purezas do sangue.
- Carcinoma Papilar: Menos comum, este câncer atinge cerca de 10% a 15% dos casos. É um tipo agressivo que pode causar metástase. Costuma causar obstrução das vias urinárias, gerando dor. Existe o carcinoma papilar tipo 1 e o tipo 2.
- Carcinoma Renal Cromófobo: Ocorre em cerca 5% dos casos e é considerado um dos menos agressivos.
- Ductos Coletores: Tipo de câncer extremamente raro que afeta uma estrutura do rim chamado Tubo de Bellini.
- Sarcomatóides: Em geral ocorre em concomitância aos outros tipos, principalmente ao carcinoma de células claras, sendo um componente do mesmo e com características mais agressivas.
Causas e tratamento
O câncer renal tem causas variadas como tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, insuficiência renal terminal e histórico familiar, bem como algumas síndromes clínicas raras, presença de doença renal cística adquirida, uso prolongado de analgésicos não esteroides, e exposição ocupacional a alguns agentes como cádmio e derivados de petróleo, entre outros.
O Dr. Andrey explica que a escolha do tratamento depende de fatores variados desde o tipo e extensão do câncer até as condições clínicas do paciente, podendo incluir cirurgia e/ou terapias de alvo molecular. Este é um tumor que não responde a quimioterapia, a exceção são os tumores do ducto de Bellini. “Temos obtido excelentes resultados no uso da imunoterapia isolada ou combinada entre elas ou com terapia alvo no tratamento de tumores renais. Atualmente no Brasil já disponível para uso isolado na falha de um tratamento inicial”, finaliza.
Fonte: Folha de Vitória
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