Da Vinci, o robô cirurgião

Tecnologia permite mais precisão em procedimentos cirúrgicos e já é amplamente utilizada

EDUARDA PEREIRA

08/10/2020 17:26 | Atualizado 08/10/2020 17:30

Imagine um cirurgião que, durante procedimentos cirúrgicos, não precisa ficar horas de pé ou se preocupar com tremores nas mãos e erros de cálculo. Com a tecnologia dos robôs-cirurgiões, isso já é uma realidade. Só no ano passado, 1.2 milhão de cirurgias robóticas foram feitas no mundo inteiro – o que equivale a uma cirurgia a cada 26 segundos. A concentração de robôs-cirurgiões ainda é maior nos Estados Unidos e na Europa, mas a tecnologia chegou ao Brasil em 2008. Atualmente, há aproximadamente 3.500 robôs do tipo nos EUA, e 74 no Brasil. Dentre as vantagens estão a filtragem dos tremores, a flexibilidade dos instrumentos e um grande potencial para telementoria e telecirurgias. O assunto foi levantado pelo cirurgião robótico André Berger ao longo do quarto dia de palestras do Innovation Tech Knowledge (ITK) 2020.

O robô Da Vinci é um dos mais avançados. Fabricado pela Intuitive, empresa da Califórnia, foi lançado em 2014 e conta com quatro braços finos (um deles utilizado como câmera). Depois de sua entrada no mercado, especialidades como cirurgia colorretal e outras que precisam abordar vários quadrantes dentro do abdômen começaram a ser feitas em larga escala. “O cirurgião controla todos os braços do robô, não tem nada automatizado. Uma mira laser ajuda a adequar melhor as posições dos instrumentos. As grandes vantagens são o fim dos tremores e o fato de que o cirurgião não fica ao lado do paciente, e, sim, sentado confortavelmente, mexendo em joysticks que controlam os braços do robô”, explica Berger. Dentre os benefícios que o robô propicia está a exploração de novas fronteiras na cirurgia minimamente invasiva. Na urologia, vem sendo utilizado no câncer, pela prevalência e necessidade de tratamentos curativos. Já nas patologias benignas, Da Vinci vem sendo de grande ajuda em técnicas de reconstrução dos ureteres, do rim e até mesmo das próstatas.

Ainda há, no entanto, algumas limitações. A operação do robô requer sempre uma equipe experiente, justamente por não ser automatizado. Mas a maior dificuldade ainda é arcar com os custos. O robô custa mais de 2 milhões de dólares; o contrato de serviço, U$ 179 mil por ano; e os custos por procedimento, incluindo matérias descartáveis e instrumentos, variam entre U$ 1500 e U$ 2500. Os avanços vêm com um preço, mas, os resultados mostram, vale a pena pagar.

(Fonte: https://amanha.com.br/categoria/tecnologia/da-vinci-o-robo-cirurgiao, data de acesso: 12/10/2020)

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