Síndrome de Fadiga Crónica nos homens

Segundo muitos estudos a Síndrome de Crónica é mais prevalente nas mulheres do que nos homens, havendo um rácio de 3 mulheres com SFC para cada homem. No entanto, alguns fatores poderão contribuir para estas estatísticas, não tendo em conta muitos homens com SFC que se encontram sub diagnosticados e sub tratados. Uma das razões pode ser o fato de os homens não se queixarem e não irem com tanta regularidade ao médico, tal como as mulheres.

Muitos homens sentem-se muito cansados, stressados julgando que podem estar a entrar num esgotamento físico e mental, devido à multiplicidade de tarefas exigentes que têm que executar no seu dia-a-dia. Como atribuem esse mesmo cansaço e exaustão à sua vida diária e às exigências da mesma, os homens não procuram aconselhamento médico para tentar perceber como se sentem e se podem ter alguma doença, tal como SFC.

Tal como nas mulheres, os homens com Síndrome de Fadiga Crónica experienciam diversos sintomas da SFC incluindo a fadiga extrema, os problemas cognitivos, o sono não reparador, a intolerância ortostática, entre outros sintomas. De igual modo, os sintomas variam de homem para homem na sua presença, intensidade e duração.

Mesmo tendo em conta os sintomas da SFC e o próprio diagnóstico da doença os homens podem encontrar e assumir algumas diferenças na forma como gerem e lidam com a doença, pois não expressam as suas emoções com facilidade, mesmo doentes não vão ao médico e sofrem então em silêncio, sem partilhar o que estão a viver com quem está perto.

Ao mesmo tempo os homens continuam a associar os seus sintomas ao esforço diário que fazem para manter a sua carreira profissional, para desenvolver o seu potencial e cuidar quer de si mesmos e da sua família, que é mais importante para os homens do que procurar ajuda e assumir que algo está a acontecer com a sua saúde. Aliado a estas questões o homem quando se sente doente, receia manifestar o que sente, com medo de se sentir menos masculino e por isso, ainda se esforçam mais para esconder o que sentem e a própria doença, sobrecarregando o seu corpo e mente.

Quando os homens assumem que vivem com Síndrome de Fadiga Crónica e conversam com o seu médico assistente é mais fácil encontrar um tratamento adequado para a sua condição de saúde que lhes permita viver com qualidade e manter a sua vida profissional, familiar e social, sem grandes constrangimentos.

Tal como acontece com as mulheres o tratamento para a SFC nos homens deve passa pela combinação de um tratamento farmacológico, individualizado e adaptado, com a adoção de hábitos de vida saudáveis, com alterações na sua dieta, na prática de exercício (gradual e adaptado à sua condição física). Ao mesmo tempo é muito importante a inclusão de apoio psicológico, para que o homem expresse os seus sentimentos e emoções, falando de como a doença está a afetar as várias áreas da sua vida e encontrando estratégias que aumentem a sua autoestima e permitam o encontro de um sentido para o que está a viver.

Também é aconselhado aos homens com SFC a prática de algumas terapias como o Yoga, Tai-Chi, caminhada, natação e bicicleta, tendo sempre em conta a sua condição física e de saúde, associando um plano de exercício personalizado, de modo a evitar o agravamento dos sintomas da SFC e o desenvolvimento do mal-estar pós-esforço.

Se o diagnóstico de SFC nos homens parece ser desafiante para eles e para os médicos, dados os fatores já mencionados, o tratamento e acompanhamento não tem que ser sentido e vivido dessa forma. Para isso é preciso que os homens, quando começam a sentir alguns sintomas da SFC, procurem ajuda médica para que possa encontrar formas de viver com qualidade de vida e gerir a sua doença.

Autor: Ricardo Fonseca

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Fontes:

https://me-pedia.org/wiki/Sex_differences_in_myalgic_encephalomyelitis_and_chronic_fatigue_syndrome

https://www.redorbit.com/do-men-get-chronic-fatigue-syndrome/

(Fonte: https://myos.pt/viver-com-a-doenca/sindrome-de-fadiga-cronica-nos-homens/, data de acesso: 12/01/2021)

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