É lembrado em novo estudo internacional
“Pela gravidade da doença, o dia 13 de setembro foi escolhido como uma data de conscientização e educação sobre o tema
Devido ao grande número de pessoas internadas em UTI, a preocupação dos profissionais de saúde em relação a sepse é grande. A sepse, conhecida como infecção generalizada, é um conjunto de sintomas que mostra um quadro de estado inflamatório em todo o organismo, que é causada por agentes infecciosos, vírus ou bactérias, no sangue. No Brasil, a sepse é responsável pela ocupação de 25% dos leitos das UTIs, segundo estudo realizado em 2014.
Pela gravidade da doença, o dia 13 de setembro foi escolhido como uma data de conscientização e educação sobre o tema. Em 2016, a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) reforça o tema com a divulgação dos dados do estudo Sepse 3.0, uma pesquisa conduzida por uma força tarefa de especialistas dos Estados Unidos e Europa, que promoveu uma atualização para a definição destas ocorrências médicas.
O Terceiro Consenso Internacional sobre Sepse e Choque Séptico (Sepse 3.0)
O estudo Sepse 3.0 foi coordenado pelo dr. Mervyn Singer, professor de Medicina Intensiva na University College de Londres, e teve a participação de 19 especialistas em cuidados intensivos, doença infecciosa, cirurgias e doenças pulmonares dos Estados Unidos e Europa, visando um consenso sobre as definições de sepse e choque séptico. Segundo o dr. Singer, “a sepse tem significados diferentes para médicos diferentes.
Os dados americanos não condizem com os brasileiros, que por sua vez não coincidem com os ingleses. Isso se deve à forma como descrevemos nossos pacientes. Quando falamos de choque ou disfunção de órgãos, nem sempre queremos dizer a mesma coisa”, explica.
Sepse no Brasil
O dr. Murillo Santucci Assunção (SP), médico intensivista do Hospital Israelita Albert Einstein e presidente do Comitê de Infecção da AMIB, lembra que os estudos epidemiológicos existentes no país apontam para uma alta incidência de sepse. “Podemos entender que a alta mortalidade acaba envolvendo pacientes que estão com disfunção orgânica, ou seja, aqueles doentes que têm a sepse dentro das novas definições”, explica.
Segundo ele, muitos brasileiros apresentam um quadro grave quando são observadas as funções orgânicas. Por isso, é importante desenvolver o diagnóstico de sepse baseado nas novas definições. “Precisamos olhar os doentes que estão na terapia intensiva para entender de que maneira estão desenvolvendo o diagnóstico quando são observadas disfunções orgânicas”, afirma.
“O doente que chega ao pronto socorro e tem uma suspeita de infecção deve ser tratado rapidamente. Se você deixar de intervir e não avaliar as outras funções orgânicas, a chance do seu estado se deteriorar é muito maior. Talvez isso deixe claro a importância das novas definições”, complementa.”
Fonte: AMIB