15 de outubro de 2014 por Redação iMasters
Estudo da GfK indica que País segue tendência mundial de expansão dos mercados de smartphones e tablets e redução de vendas de notebooks.
“Embora ainda tenha grande importância no mercado brasileiro, as vendas de notebooks apresentam sinais de seguir a tendência mundial de queda, em razão da expansão dos tablets. No mundo, a participação do faturamento de notebooks no segmento de eletrônicos caiu de 11% para 8% entre 2011 e 2014. No Brasil, enquanto o mercado de tablets cresceu 48% em valor e 103% em volume de janeiro a julho de 2014, as vendas de notebooks caíram 9% em valor e 14,5% em volume, em relação a igual período do ano passado.
Os smartphones ampliaram sua participação em valor no mercado brasileiro de eletrônicos de 28% para 38%, de janeiro a julho de 2014, comparado com o mesmo período do ano anterior, e mesmo apresentando desaceleração no crescimento. A categoria crescee 90% em volume e 75% em valor no período analisado. Esses dados foram apresentados na 11ª Conferência Anual da GfK, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado do mundo. O evento, realizado na semana passada em São Paulo, teve como tema “A Importância do Entretenimento em Ano de Copa”.
“Esses resultados mostram a necessidade de o mercado de notebooks se reinventar para enfrentar a concorrência com os tablets. O Brasil apresenta potencial de crescimento para esse setor, mas a indústria deve ficar atenta à tendência mundial. O segmento de notebooks responde por 15% de participação no mercado brasileiro quando analisado o período de janeiro a julho de 2014, estando acima da média mundial, que deve ficar em torno de 8% dos eletrônicos em 2014” afirmou Oliver Röemerscheidt, Diretor de Unidade de Negócio. No Brasil, ainda são produtos almejados: pesquisa online da GfK de agosto indicou que 24% dos entrevistados pretendem comprar um note nos próximos seis meses.
O mercado internacional já reflete o investimento em inovação, com o crescimento de notebooks que incorporam características de tablets: produtos com tela touch, mediabooks (compactos com armazenamento na nuvem) e híbridos (com ou sem teclados, ou que possuem teclados deslizáveis). “Embora a oferta desses produtos esteja engatinhando no Brasil, o mercado nacional deve caminhar na mesma direção do que se observa em mercados mais desenvolvidos. No caso dos híbridos, por exemplo, o país tem 8 marcas e 18 modelos, enquanto o Japão tem 16 marcas e 150 modelos, e a Alemanha, 27 marcas e 434 modelos”, explicou.
No mercado nacional, nos primeiros sete meses de 2014, em relação ao mesmo período de 2013, a participação dos notebooks em valor caiu de 22% para 15%, enquanto a fatia dos tablets cresceu de 5% para 6% do faturamento total das sete categorias avaliadas – Smartphones, Celulares, TVs de telas finas, Notebooks, Desktops, Câmera fotográfica e Tablets. “Essa fatia reflete o potencial de crescimento do setor já que a média mundial de participação de mercado está em 16%”, destaca Röemerscheidt.
Na pesquisa online da GfK, 68% dos consumidores de tablets citaram a primeira aquisição do produto como o principal motivo de compra. Nesse estudo, para 41% dos respondentes, o preço como fator decisivo para a aquisição de um tablet está em primeiro lugar, seguido por confiança na marca, com 20%. A categoria tem apresentado queda acentuada de preços: o preço médio de um tablet em janeiro de 2012 era de R$ 1.127,00. Em julho de 2014, essa média chegou a R$ 433,00, significando uma queda de 62% ao longo do período. O número de marcas saltou de 38, em 2012, para 71, nos primeiros sete meses de 2014. Já a oferta de itens passou de 147 para 392.
O mercado de tablets apresenta oportunidade de compra para a maioria dos brasileiros. Existem vários modelos com as mais diferentes características e atributos tecnológicos que contribuem no preço final. No mercado de produtos que custam até R$ 399,00, o crescimento foi de 181%, sendo que os que possuem tecnologia Wi-Fi representaram 99% dos itens vendidos. Para os que custam acima de R$ 400,00, os equipamentos com 3G representam 38% das compras, enquanto os com Wi-Fi são 62%.
O mercado brasileiro de celulares está bem desenvolvido: 77% dos celulares vendidos no País são smartphones, patamar comparável a países desenvolvidos como Japão. Os produtos com 4G ainda são menos de 5% do total de smartphones. Nesse mercado mais maduro, a pesquisa online da GfK indicou que 54% das compras aconteceram para substituir modelos considerados obsoletos e 28% de aparelhos danificados. A pesquisa ainda apontou que, do total de consumidores, 35% substituíram modelos com menos de 11 meses, e outros 40% os modelos com até dois anos de uso. O preço para esse segmento, assim como em tablets, também é fator decisivo no momento da compra. Do total de respondentes, 37% citaram o valor do item em primeiro lugar, seguido de características técnicas (20%). Tecnologia avançada apareceu em apenas 14% das respostas.
Quando o assunto é a representatividade por faixa de preço, os modelos que custam até R$ 349 representam 23% do mercado total, apresentando variação positiva em relação aos sete primeiros meses de 2013 de 136%. Já os que custam entre R$ 700,00 e R$ 999,00 representam 20% do mercado total, com variação positiva em relação aos sete primeiros meses de 2013 de 198%. Outra faixa de preço avaliada foi a de equipamentos entre R$ 350,00 e R$ 699,00, que apresenta relativa diminuição de importância no mercado, representando hoje 50%, ante os 61% registrados em 2013.
Além disso, a pesquisa da GfK analisou outra tendência do mercado que surgiu com a necessidade dos consumidores de estarem permanentemente conectados à uma tela – os “wearables” (minitelinhas vestíveis). “Essa novidade, que já é uma realidade na Europa, registra cerca de 100 mil a 130 mil peças vendidas mensalmente, sendo os monitores de saúde e fitness os campeões de mercado, com 46%. Nessa categoria estão relógios, pulseiras e óculos – como computador esportivo de pulso”, finalizou o executivo.”
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