Em dias conturbados em que só alguns “poucos” lucram com isto, e, “mais perde” quem precisa ir trabalhar, produzir diariamente, carregando nas costas o desenvolvimento diário do país, com poucos recursos, e falta de reconhecimento, seguir por longas horas em trânsito caótico, ruas cheias d’água pelas enchentes, e além de tudo uma falta de controle na violência social… “A gente tem muito medo senhora, somos homens, mas temos medo!”
Sair para o trabalho, precisar sustentar a família e colaborar com a sua esposa, no custeio de estudo de filhos, compra da casa, e assim, dividem as despesas da família, mas não sabe como chegará na empresa, e nem como voltará para casa e descansar um pouco… Tratar da própria saúde, é impossível, “de que jeito, nem dá tempo!”…
É surpreendente, mesmo policiais bem treinados para combater a criminalidade, sabem quanto a vida deles está exposta, sem garantias e, que sai deixando a família em perigo também, muitos residem também em periferias de risco…
Percebe-se não há valorização suficiente para a área da educação (professores (maioria mulheres) em todas as áreas de escolas) se deslocam para lugares distantes, sem a mínima segurança também… Na área da saúde, queixas são pela precariedade em ter que atender tanta gente, sem o mínimo para eles próprios, ainda, ontem, tivemos a oportunidade de ouvir gente que se queixava em outra área pública, pelo excesso de trabalho, e às 17hs, sequer tinham conseguido almoçar, e não tinham dinheiro para lanche no meio do caminho… Dividiram algumas balinhas (ou seja, e a saúde dessa mão-de-obra?). São muitas queixas e insatisfações, “um descaso com consumidor, pelas trapaças de grandes grupos”, e o abuso de poder de bancos, financeiras etc. Recebemos aqui pedidos de homens “envergonhados” solicitando advocacia gratuita, porque não lhes concedem e não possuem meios para pagar. Que ‘só essa gente tem direitos”, eles “aumentam as dívidas”, e todos “tem que pagar”.
Reclamações sobre obras paradas, prevalece em tudo, e culpam o trânsito e os acidentes de carro, atropelamentos também por isto… Alguns dizem que “estamos na mão dos estrangeiros”, que compraram ações em quase tudo aqui na área pública e sequer os servidores atualmente são respeitados em seus direitos…
No discurso e na análise dos trabalhadores e servidores homens percebe-se a incerteza, sobre o que terão para o dia de amanhã, o futuro da família, e registram que não podem falar abertamente, porque serão punidos… A “Sra. tem muito relacionamento com políticos nos ajude!…” Dizem que os trabalhadores nas áreas comerciais e industriais têm mais liberdade de ação e de diálogo. “Nem sofrem perseguição”…
Basta dar atenção a essas pessoas, homens e mulheres, ao sentirem a empatia de alguém mais humano, logo apresentam os seus temores e incertezas. De certa forma possuem razão, as áreas privadas são mais permissivas e estão mais preparadas para o diálogo, para lidar com negociação de greves e conciliação com os coletivos, há a liberdade de expressão.
Apenas cabe a nós uma dúvida, se o que ocorre é por falta de competência de políticas públicas, ou porque faltam ações afirmativas para as populações pobres, ou se é descaso mesmo, ou talvez outros desvios de comportamento por abuso de poder.
Peço desculpas a quem está no poder, e que compreenda que estamos colaborando com aqueles que nos pediram, a fim de mostra a realidade deles, e que deveria ser analisada e com buscas para as soluções mais humanas, de valorização também dos sentimentos dos homens, no que está sendo oferecido para a sociedade em geral.
No meio do povo estão também os servidores das áreas governamentais, em cargos públicos, que em nome dos direitos humanos deles, também precisam ser ouvidos, desabafarem, quererem contribuir com a experiência e vivência deles, para dias melhores, e, quiçá um progresso maior para a cidade, estado, nação…
Nossa expectativa é de que as relações de trabalho possam ser mais humanizadas, a bem da saúde de cada um deles/delas, e, da população em geral. A vida ultimamente está tão difícil para todos, em todos os lugares, mas precisamos nos tornar mais sensíveis a existência humana, e amenizar as dificuldades, até em nome da paz.
Quiçá possamos ter mais diálogo entre todas as áreas de serviços, sejam premiadas e implementadas as boas soluções, e no próximo dia 28 de outubro, possam ser celebradas muitas conquistas, com valorização das sugestões, no Dia do Servidor Público.
Esperamos que aprecie as notícias selecionadas para esta edição. Fraternal abraço de Elisabeth Mariano