Será que o Brasil precisa de especialistas em engenharia nuclear?

Por Redação 360

Energia Nuclear é uma das alternativas ao uso de combustíveis fósseis para a produção energética no mundo. Conhecida desde 1940, ela é produzida a partir do átomo de urânio. Mas, infelizmente, além de ser uma tecnologia cara, gera resíduos que levam muitos anos para perder a radioatividade. Para complicar, acidentes como o de Chernobyl ou Fukushima acenderam um alerta quanto à segurança das usinas. E, por fim, guerras como a da Rússia contra Ucrânia fizeram todos voltar a pensar se a Engenharia Nuclear deveria mesmo fazer parte do nosso futuro como aldeia global.

E, quer saber? A resposta é ‘sim’! Porque o trabalho dos engenheiros nucleares vai muito além! E o Brasil dispõe de recursos para desenvolver uma boa Engenharia Nuclear, que atenda várias indústrias, aprimorando tecnologias e desenvolvendo inovações. Contudo, para isso, temos que acreditar no potencial dessa área de pesquisa científica.

A evolução da Engenharia Nuclear no Brasil

Na década de 1950, o presidente norte-americano Dwight Eisenhower propôs a criação de um projeto especial para levar benefícios de tecnologia nuclear para todos os países aliados do país. Isso incluía, obviamente, o Brasil. E o fruto dessa parceria foi a construção do primeiro reator nuclear dentro do nosso território, o IEA-R1; a implantação do Instituto de Energia Atômica, dentro de onde hoje é parte do campus da USP no Butantã; e o desenvolvimento de projetos como o submarino nuclear e as usinas de Angra – no famoso “Ciclo do combustível nuclear”.

Com o passar dos anos, o Brasil tentou e conseguiu colocar em prática diversos projetos na área nuclear. Inclusive, dizem os especialistas que, até hoje, o nosso país é um dos poucos que dominam todo o ciclo do combustível nuclear – da extração ao gerenciamento de rejeitos. O problema é que, também com o tempo, enfraqueceu demais o ensino da Engenharia por aqui, assim como os investimentos no desenvolvimento de soluções ligadas a tal ciência. A falta de mão de obra tem se agravado cada vez mais. Então, tornou-se um problema encontrar quem opere ferramentas e equipamentos de Engenharia Nuclear.

Mas existem também boas notícias que podemos compartilhar neste texto! O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares ainda mantém suas pesquisas nucleares, principalmente na área de radioisótopos, reatores, gerenciamento de rejeitos radioativos, produção de radiofármacos para uso na medicina. Também trabalham com a tecnologia nuclear a Eletronuclear, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB), o Centro Experimental de Aramar da Marinha, e outros institutos no país. E, a partir de 2021, a Escola Politécnica (Poli) da USP passou a oferecer a habilitação em Engenharia Nuclear.

Então, resumindo, o Brasil ainda faz bastante uso da tecnologia nuclear; por isso a necessidade por capacitação contínua na área. Por exemplo, os materiais nucleares fazem parte da fabricação de fármacos para tratamentos e equipamentos médicos, como para exames de imagens. Outra contribuição é na agricultura, onde vários alimentos são submetidos a processos de radiação para eliminação de microorganismos. Na questão ambiental, a Engenharia Nuclear se alia ao tratamento de efluentes, inclusive apresentando novas estratégias ou novos métodos para a melhora da gestão de processos.

Como a energia nuclear é usada na medicina?

Medicina Nuclear

Na Medicina Nuclear, os isótopos radioativos são usados como traçadores de atividades metabólicas em exames como a cintilografia, que permite a visualização dos órgãos e auxilia no diagnóstico de doenças dos ossos, da tireoide, dos aparelhos respiratório e urinário.

(Fonte: https://engenharia360.com/uso-e-ensino-engenharia-nuclear-no-brasil/, data de acesso: 08/08/2022)

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