“Atualmente fala-se muito sobre liberdade de expressão, mas as pessoas sabem ao certo, o que significa viver num país com direitos? Essa liberdade, é tida como falar o que pensa, esperando que o outro não reclame, não resmungue e não responda, ou seja, é ter o total poder de aniquilar uma pessoa com palavras, sem ter a menor responsabilidade depois, do que aquilo irá causar naquela pessoa. Mas as pessoas se enganam, ao achar que isso é possível. Uma pessoa tem o direito de falar o que pensa, mas o outro tem o direito de responder, falando o que pensa, e assim o direito de expressão é usado por todos. Ou seja, estão reivindicando um direito que já estão tendo, pois o outro tem o direito de se incomodar, de reagir ou de não querer ouvir.
Todo mundo conhece aquela máxima, do nosso direito termina, quando começa o direito do outro, e isto se aplica a tudo, não apenas em algumas circunstâncias da vida. Já cheguei a conclusão de que as pessoas não sabem mais o que querem, estão é seguindo pensamentos revoltosos sociais, e se perdendo do que realmente é necessário haver num país. Perdeu-se o lema de viver com direitos iguais e está instaurando-se o lema que do que me incomoda é bom se for aniquilado.
A verdade é muito relativa. Não existe única verdadeira, o que a torna com a impressão de ser única, é o fato de um grande número de pessoas acreditarem nela e um número menor não. Se trocassem o número de quantidade de pessoas, a verdade menor, passaria a ser a única verdadeira. Ou seja, nunca vai haver uma verdade universal, a menos que todos acreditem nela.
Quando as pessoas se colocarem mais no lugar do outro, vão reformular a vontade de dizer a verdade, tendo mais vontade de compreender o outro e respeitá-lo. A busca pela liberdade de expressão traz muitas fantasias, e ela, se mistura com a má educação, de querer dizer o que pensa, sem ao menos ter sido pedido a opinião.
O que falta no país, atualmente, não é liberdade de expressão, e sim, bom senso, tolerância e compaixão; justamente por estarmos lidando com seres humanos e não com objetos de manipulação e de consumo.”
Juliana Mattos