O que você precisa saber sobre a terapia que previne o HIV, que começará a ser oferecida no Brasil

Keila Guimarães, de São Paulo para a BBC Brasil

1 dezembro 2017

A partir deste mês, o governo brasileiro irá disponibilizar no Sistema Único de Saúde (SUS) a terapia PrEP, que, por meio de um comprimido por dia, previne a infecção pelo HIV. O remédio, que tem efeitos colaterais, será reservado para casos específicos dentro de grupos de vulnerabilidade, como profissionais do sexo, pessoas transexuais, casais sorodiferentes – quando apenas um deles possui o vírus – e homens que fazem sexo com homens.

PrEP é a sigla para profilaxia pré-exposição, que impede a multiplicação do vírus nas células de defesa do organismo caso haja a contaminação. A medida é mais uma tentativa de frear a alta de infecções, que voltaram a crescer no país entre diferentes grupos, de jovens a idosos.

O medicamento não tem qualquer efeito sobre outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorréia, HPV, hepatite B, além de também não prevenir a gravidez. Por isso, não substitui a camisinha. “O preservativo continua sendo a principal estratégia de prevenção”, afirma Maria Clara Gianna, coordenadora-adjunta do Programa Estadual de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.

“Estamos iniciando uma nova política, e a PrEP é mais uma ferramenta à disposição. Estamos somando a terapia a um rol de tecnologias, todas voltadas para a prevenção, que terão uso combinado”, explica Aluisio Segurado, chefe do Departamento de Moléstias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Participam da primeira fase da oferta do medicamento Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife, Manaus, Brasília, Florianópolis, Salvador e Ribeirão Preto. De acordo com o Ministério da Saúde, o programa será gradativamente expandido para todo o país. Além do SUS, o medicamento deve ser comercializado na rede privada.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, 827 mil pessoas têm HIV no país e 40 mil casos são registrados todos os anos. Os grupos onde as infecções mais crescem são homens que fazem sexo com homens, de 15 a 24 anos, e idosos acima dos 60.

Para Gianna, ter a PrEP como mais uma política de prevenção ajudará o governo a reduzir custos lá na frente.

“Não tenho dúvidas que iremos evitar várias infecções. E o custo de proteger alguém por um tempo é muito menor do que ter pessoas infectadas depois. É muito mais vantajoso para o SUS,” afirma.

Além do Brasil, países como Estados Unidos, Canadá, França e Reino Unido também adotaram a PrEP. O Brasil, no entanto, é um dos poucos que oferecerá a terapia no serviço público de saúde.

Ao todo foram investidos US$ 1,9 milhão para o primeiro ano do programa. Inicialmente, o governo espera atender cerca de 7 mil pessoas.

Como a terapia funciona

O medicamento que o Brasil irá utilizar é o Truvada. É necessário acompanhamento médico, já que ele pode causar problemas renais e perda de massa óssea.

O Truvada é uma combinação em um único comprimido de duas drogas antigas já usadas no tratamento do HIV – o tenofovir associado à emtricitabina – e evita a infecção naqueles que ainda não foram contaminados pelo vírus.

O medicamento não barra a entrada do vírus no organismo, mas age no seu processo de multiplicação dentro das células de defesa. É esse uso da máquina humana pelo HIV que, ao longo dos anos, destrói o sistema imunológico do indivíduo.

Quando tomado ininterruptamente, o medicamento bloqueia uma enzima chamada transcriptase reversa e, ao fazer isso, quebra o processo de reprodução do vírus dentro das células.

O medicamento demora, em média, sete dias para fazer efeito nos homens e 20 dias nas mulheres, segundo o Ministério da Saúde. Portanto, sexo sem proteção nesse período com uma pessoa infectada pode gerar contaminação.

O remédio também não pode ser abandonado de uma hora para outra. A recomendação é que seja tomado ainda por quatro semanas após a última relação sem preservativo, para evitar a possibilidade de infecção.

Como será feita a distribuição

A partir de dezembro, a terapia estará disponível em serviços do SUS que já trabalham com prevenção do HIV, como Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou Serviços de Assistência Especializada em HIV (SAE).

O medicamento poderá ser acessado gratuitamente por pessoas de grupos considerados vulneráveis. Mas fazer parte de um desses grupos não é garantia de obtenção.

De acordo com o Ministério da Saúde, aqueles que sentem a necessidade da terapia irão passar por uma análise com profissionais da saúde, na qual serão considerados práticas sexuais, compromisso com a adesão ao medicamento e número de parceiros sexuais, entre outros fatores.

Aqueles que aderirem à PrEP precisarão passar por acompanhamento médico, com exames regulares de saúde, além de testagens para o HIV a cada três meses, e orientação frequente sobre comportamento sexual seguro.

De acordo com o governo, a terapia deverá ampliar o acesso aos serviços de saúde de uma população que nem sempre é acompanhada por eles.

“Ao buscar o serviço de saúde para utilização da PrEP, a pessoa é acolhida pelo serviço de saúde de uma forma mais ampla, recebendo todas as orientações sobre a importância de se prevenir de todas as infecções sexualmente transmissíveis, além do HIV”, disse o ministério em nota.

O medicamento também deve ser disponibilizado para venda privada, com a necessidade de apresentação de receita médica. Cada frasco com 30 comprimidos – o suficiente para um mês – custará R$ 290.

Até o momento, apenas o Truvada tem cadastro na Anvisa para ser usado na PrEP. Novas versões genéricas devem chegar no mercado em breve. “Espera-se que no futuro próximo outros fabricantes de genéricos do mesmo medicamento possam também comercializar no país”, afirmou o Ministério da Saúde.

Qual deve ser a rotina do paciente

De acordo com a Gilead, a companhia fabricante, o medicamento pode ser tomado por longos períodos de tempo.

No entanto, é necessário acompanhamento médico porque o Truvada pode causar problemas renais, além de perda de massa óssea. Outros efeitos colaterais reportados por estudos com participantes voluntários foram náusea, dor de cabeça e perda de peso.

Antes de iniciar o uso, é necessário passar por consulta médica. “É necessário fazer alguns exames, incluindo teste de HIV, teste para Hepatite B e avaliação da função renal, além de outros que o médico julgar necessários. Mas os três acima são mandatórios”, afirma Anita Campos, diretora médica da farmacêutica para os países da América do Sul.

Também é necessário testagens regulares do HIV durante o uso do medicamento. Se houver infecção no período, é preciso interromper a terapia e entrar com antirretrovirais para evitar que o vírus fique resistente às drogas para tratamento.

“Se a pessoa tomar e não souber que está infectada, o vírus pode ficar resistente, porque o tratamento tem uma terceira droga (além das duas que estão no Truvada)”, explica Campos.

(Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42176243, data de acesso 10/12/2017)

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Os brasileiros que doam sêmen para inseminações caseiras

Vinícius Lemos, de Cuiabá para a BBC Brasil

29 novembro 2017

Com esse texto, o analista de sistemas João Carlos Holland, de 61 anos, anuncia a si próprio em grupos de doações de espermatozoides em redes sociais. Acredita-se que ele seja um dos maiores doadores de sêmen para inseminação caseira. Iniciou a prática em outubro de 2015, e desde então acredita ter conseguido colaborar com a gravidez de ao menos 24 mulheres, a partir de cerca de 150 doações feitas até o início de novembro.

Na inseminação caseira, o doador coloca o esperma em um pote de coleta de exame – para preservar o conteúdo – e o entrega à mulher, que precisa estar em período fértil.

Esse é o único contato que os dois mantêm durante o procedimento. Em seguida, ela introduz o líquido na vagina por meio de uma seringa – prática considerada insegura por uma especialista ouvida pela BBC Brasil -, levanta as pernas e permanece em posição ginecológica por aproximadamente 30 minutos. Cerca de duas semanas depois, faz o primeiro exame para descobrir se conseguiu engravidar.

Em algumas situações, a mãe e o doador fazem um contrato para definir os direitos que o homem terá sobre a criança. Na maioria dos casos, o acordo prevê que ele abra mão do bebê e conceda plenos direitos à mulher. No entanto, o texto pode ser questionado judicialmente por uma das partes para exigir direitos como pensão alimentícia ou permissão para visitar a criança.

Os casos mais comuns, entre as mulheres que decidem optar pela prática, são de casais homossexuais. Há também solteiras, que buscam criar o filho de modo independente. Existem ainda, embora em menor quantidade, casais heterossexuais que procuram o método em razão da infertilidade do homem.

Segundo o Ministério da Saúde, esse método não possui nenhum tipo de regulamentação. Mas ressalta que, por se tratar de uma decisão particular, que a pessoa faz por conta própria, não é possível haver controle. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), diz que não regulamenta a prática e não possui informação sobre o assunto. Na Justiça, por sua vez, não há nenhum tipo de orientação que criminalize a prática.

Alheia às entidades oficiais, a inseminação caseira tem ganhado mais adeptos. No Facebook, grupos e páginas sobre o assunto vêm crescendo nos últimos meses. Há grupos com mais de 5 mil integrantes.

Dono de uma página dedicada ao tema, Marcos*, que afirma ter 32 anos e ser servidor público, diz que a maioria das mulheres que chega até ela “não pode fazer o procedimento em clínicas particulares, por conta do custo elevado”.

Uma fertilização in vitro custa, em média, R$ 15 mil.

‘Praticando a imortalidade’

Nas páginas e nos grupos, um dos nomes mais conhecidos é justamente o de Holland, em razão dos diversos casos de doações que resultaram em nascimentos de bebês.

“Fico muito feliz em ajudar as mulheres a realizarem o sonho da maternidade. Acredito que estou exercendo a empatia e praticando a imortalidade, porque, quando eu morrer, meus genes vão ficar com todos os filhos”, diz.

Além das inseminações caseiras, Holland tem 15 filhos com quatro mulheres com quem já se relacionou. Ele conta que sustenta 13 deles – dois são maiores de idade e independentes. O analista de sistemas hoje é casado, e sua mulher é a maior incentivadora das doações de sêmen. Ela é a responsável por agendar os procedimentos – são ao menos seis por mês – e recepcionar as mulheres.

As doações de esperma são feitas na casa de Holland, em São Paulo. As mulheres ficam em um quarto, destinado somente à prática, enquanto ele e a esposa mantêm relação sexual em outro cômodo. A esposa dele entrega o sêmen à mulher, que então realiza a inseminação caseira.

Ele costuma fazer exames clínicos uma vez por ano, para atestar que está com boa saúde. “Como é um procedimento feito por meio de seringa, e eu não tenho contato direto com a mulher que quer engravidar, acredito que os exames não precisam ser tão frequentes”, justifica.

O analista de sistemas assegura que não cobra pela doação, pede somente que as mulheres paguem uma taxa diária de R$ 100 para permanecerem na casa. Muitas delas passam até cinco dias ali, pois vêm de outros Estados – ele já doou para moradoras de Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e Pernambuco, entre outros.

Holland exige que a receptora seja maior de idade e informe sobre o nascimento do bebê, caso o procedimento dê certo.

“Não avalio questões financeiras, pois muitas delas têm baixo poder aquisitivo. Sei que elas querem muito se tornar mães, então fico tranquilo, pois tenho certeza de que vão amar muito seus filhos. Tenho pena dos bebês que nascem ‘por acaso’, sem que as mães queiram, porque sei que são crianças que, mesmo com dinheiro, vão sofrer por falta de amor.”

Ele não faz nenhum tipo de contrato com as mulheres para as quais doa sêmen, mas pede a elas que não cobrem pensão alimentícia no futuro. “Se isso acontecesse, eu não teria condições de continuar doando, pois já são pelo menos 24 crianças, além das doações em que as mulheres não nos contaram se deu certo.”

Em alguns casos, após o nascimento as mães pedem para que ele assine um termo no qual abre mão da paternidade. “Eu sempre assino, sem problemas.”

Há também situações, diz, em que elas pedem que Holland registre a criança. “Isso aconteceu duas vezes. Eu concordei e fui ao cartório registrar, junto com a mãe.”

Mas o analista de sistemas também conta ter virado alvo de críticas por sua decisão de se tornar doador de sêmen.

“A minha família acha que isso é loucura. Meus colegas de trabalho também não entendem. Eu compreendo quem pensa assim – é porque são pessoas criadas em uma cultura capitalista e individualista, em que filhos, muitas vezes, são sinônimos de despesa e de problemas futuros. Então é normal que fiquem estupefatos.”

‘Meu maior medo era contrair uma doença’

Entre as mulheres que engravidaram com a doação de Holland está a paulista Ingrid*, de 27 anos. Antes de dar certo, ela realizou quatro procedimentos de inseminação caseira, sendo três deles com o analista de sistemas. Lésbica, a jovem optou pelo método por acreditar que seria a única forma pela qual conseguiria engravidar.

“Descobri esse método depois que pesquisei no Facebook. Conheci o João (Holland) e combinei uma data com a esposa dele. Eu sempre quis um doador conhecido. Não queria que fosse algo anônimo.

Biologicamente falando, ele é pai do meu filho e eu acho importante saber a identidade.”

Ingrid conta que logo teve acesso a exames de sangue, de doenças sexualmente transmissíveis e também ao espermograma dele. “Vi que estava tudo ok e decidi que ele seria o pai do meu filho.”

Na época, ela não estava em um relacionamento- decidiu que seria mãe solo. A primeira tentativa de inseminação caseira aconteceu em setembro de 2015. Ela tentou novamente em novembro e depois em março do ano passado, desta vez com um doador diferente.

“O meu maior medo, durante essas tentativas, era contrair uma doença. Mas como eu já havia visto os exames do João e vi também os do outro doador, fiquei um pouco mais tranquila”, conta.

A quarta tentativa, em abril de 2016, deu certo. “Foi uma gravidez tranquila e totalmente saudável.”

O filho de Ingrid, atualmente com dez meses, foi registrado com o nome dela e de Holland. O analista de sistemas costuma ver a criança ao menos uma vez ao mês.

“Ele vai crescer sabendo que tem pai. Quando meu filho tiver idade para entender, explicarei que ele foi gerado por meio de um método de inseminação caseira. Quero que ele saiba que foi um sonho realizado, no qual o pai dele e a esposa me ajudaram muito”, revela.

Desde que começou a tentar engravidar, Ingrid contou para a família sobre seus planos. “Eu nunca escondi o método que utilizaria, por ser lésbica. A minha família reagiu bem. No começo, a minha mãe se assustou, mas depois se acostumou com a ideia. Meu filho trouxe muita felicidade para nós.”

Hoje ela namora, e sua companheira tenta engravidar pelo mesmo método – também com Holland.

Mas apesar de ter conseguido realizar o sonho de se tornar mãe, a jovem alerta para os riscos que podem ser ocasionados pela inseminação caseira.

“É importante que as mulheres estejam atentas, porque muitos doadores não querem comprovar, por meio de exames, que está tudo bem. Alguns só querem se aproveitar dos sonhos delas. Elas devem cobrar os exames e conhecer mais sobre o homem que vai doar o espermatozoide.”

‘Quero que o bebê tenha apenas meu nome’

Há diferentes histórias e motivações entre as mulheres que buscam a inseminação caseira.

As chamadas “tentantes” costumam ter de 19 a 40 anos. Nas páginas online do tema, elas compartilham que os maiores riscos, além da falta de apresentação de exames, podem ser a venda de esperma – prática ilegal – ou a exigência de alguns homens de fazer doações por meio de relação sexual.

A autônoma Bárbara Helena Barbosa, de 26 anos, conheceu um homem que fez essa exigência. “Ele me disse que assim as minhas chances aumentariam muito. Eu falei que respeitava a opinião dele, mas não queria, pois acredito que relação sexual seja algo muito íntimo.”

Bárbara mora em Ibitinga (SP) e busca na inseminação caseira um modo de acalentar uma de suas maiores dores: a perda da filha recém-nascida.

“Há seis anos eu estava noiva e engravidei. A minha bebê morreu com uma semana de vida, e depois disso nunca mais tive filhos. Acredito que ter um bebê seja uma forma de amenizar a morte da minha filha, que nunca vou conseguir superar.”

Poucos meses após a morte da criança, ela terminou o noivado e desde então não teve mais nenhum relacionamento duradouro. Em razão disso, decidiu recorrer à inseminação caseira para se tornar mãe independente.

“Se o doador quiser acompanhar o meu filho, tudo bem, mas tem que ser de modo distante. Não quero que ele tenha participação afetiva na vida da criança. Quero que meu bebê tenha apenas o meu nome.”

Ela conheceu o método por meio das redes sociais e chegou a tentar o procedimento com um amigo, sem sucesso. “Devo fazer uma nova tentativa em fevereiro, com um doador que conheci em um grupo”, planeja.
Outra “tentante” que também passará por mais uma inseminação caseira é a dona de casa Ana*, de 31 anos.

Ela recorreu ao procedimento após descobrir que o marido possui azoospermia – quando não é encontrado nenhum espermatozoide no sêmen.

“Eu fiz duas fertilizações in vitro, gastei muito dinheiro e consegui engravidar de gêmeos na primeira tentativa, mas perdi com seis semanas. Na segunda, minha gravidez não evoluiu. Então, fiquei sem saber o que fazer e descobri a inseminação caseira.”

Doador viajante

O doador que Ana e o marido escolheram para a inseminação caseira é o cozinheiro autônomo Aleksandro Machado, de 23 anos, de Ponta Porã (MS). Para anunciar a si mesmo, o jovem se descreve como homossexual, detalha que a inseminação deverá ser feita sem contato físico e utiliza uma imagem de quando era criança.

Ele se tornou doador de sêmen há oito meses, após conhecer o tema por meio de redes sociais. “Acreditava que ninguém iria entrar em contato comigo, mas logo recebi muitas mensagens”, diz.

Machado vai até a cidade da “tentante” para realizar o procedimento. “Eu acho bacana fazer essas viagens, porque conheço histórias novas e pessoas diferentes. É tudo muito legal”, afirma.

Ele conta que não cobra pela doação, mas pede que a mulher pague o custo da viagem, da estadia e lhe dê um valor que considerar justo. “Elas me dão, normalmente, R$ 100 por dia. É uma ajuda de custo, porque tenho que sair da minha cidade e deixo de trabalhar enquanto estou viajando.”

Segundo Machado, seus pais respeitam sua decisão em se tornar doador de sêmen. “Eles são idosos, então no início foi difícil para aceitarem. Mas agora a minha mãe adora e até quer viajar comigo”, diz.

Mas o rapaz relata dificuldades com alguns moradores da cidade em que vive. “É um lugar pequeno e, por eu estar viajando muito, chegaram a falar que eu estava mexendo com tráfico ou coisas do tipo, porque me viam postando fotos em lugares diferentes. Por isso, cheguei até a fazer uma publicação no Facebook, contando sobre as inseminações.”

Ele já viajou para São Paulo, Goiânia e outras cidades de Mato Grosso do Sul. “Tenho 12 procedimentos agendados para o ano que vem. Devo ir para o Rio de Janeiro, Bahia e Brasília.” Ao todo, já fez oito doações – uma delas culminou em gravidez.

Machado não firma nenhum tipo de contrato com as mulheres, mas destaca sempre deixar claro que não pretende assumir a paternidade. “Eu sei que pode acontecer outras coisas futuramente, e elas podem exigir os direitos. Mas eu prefiro confiar na pessoa.”

O jovem diz que, após o conhecerem, as “tentantes” costumam pedir que ele participe da vida da criança caso o procedimento dê certo. “Eu me disponho a acompanhar o bebê, porém não quero ser considerado pai.

Mas daqui a alguns meses ou anos, pretendo assumir a paternidade da criança de um casal para o qual doarei sêmen. Somente neste caso serei pai, pois o bebê deverá ter meu sobrenome.”

‘Não sei o sobrenome dele’

Uma das mulheres para as quais Machado doou esperma foi a professora Viviane*, de 38 anos, que mora em São Paulo. O procedimento, porém, não deu certo. Meses depois, ela tentou de novo, com outro doador – desta vez, conseguiu engravidar.

“Eu estou com quase 40 anos e sempre quis ser mãe. Sempre tive relacionamentos longos, que acabaram não dando certo. Então, não tinha muito tempo mais. Tentei a inseminação em clínicas, mas era tudo muito caro pra mim”, relata.

Viviane engravidou na terceira tentativa de inseminação caseira. “Eu escolhi esse meu terceiro doador porque ele já tinha conseguido engravidar quatro mulheres. Pedi os exames, assim como fiz com os outros. Estava tudo certo, e então marcamos de nos encontrarmos”, diz.

A inseminação caseira ocorreu pelo método da seringa. A professora conta que nem sequer sabe o sobrenome do doador. “Não tenho muita informação, porque ele disse que não quer contato nenhum com a criança e só pediu para eu enviar fotos do dia em que nascer.”

O procedimento foi feito em um hotel, única vez em que ela viu o doador. “Eu fiquei no local com uma amiga. Ele chegou, foi ao banheiro, me entregou o potinho e foi embora. Em 20 minutos, o homem já não estava mais lá”, conta.

“Sei que ele é casado, mas não sei se a mulher dele tem conhecimento sobre essas doações. Ele não queria que eu soubesse informações dele, assim como eu não queria contar sobre mim. Foi um meio também para eu me preservar futuramente, caso algo aconteça, já que não existe lei para esses casos.”

Logo após fazer o exame, Viviane contou da gravidez aos pais. “Como é uma produção independente, eu tinha que explicar algo para eles. Então disse que foi por meio de inseminação artificial, feita com médicos, pois queria muito me tornar mãe. Não confidenciei a quase ninguém sobre o método caseiro.”

Riscos e impasses

A inseminação caseira não costuma encontrar apoio na medicina.

Secretária-geral da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, a ginecologista Nilka Fernandes Donadio critica o procedimento.

“Quando a gente pensa em inseminação, sabe que ela deve ser feita em laboratório e o sêmen deve passar por um processamento, que elimina fatores que podem trazer consequências graves à saúde da mulher. Na inseminação caseira, ela pode sofrer infecção no colo do útero ao injetar o sêmen por meio de uma seringa.

Além disso, quem garante que os exames feitos pelo doador estão corretos? É difícil chancelar uma indicação para esse procedimento”, diz.

Ela recomenda que as mulheres que pretendem engravidar por meios diferentes de relações sexuais procurem um médico. “Somente um profissional pode dar toda a garantia e segurança sobre qualquer procedimento”, afirma.

Na esfera do Judiciário, a falta de regulamentação no Conselho Nacional de Justiça dificulta processos relacionados ao assunto, explica a advogada especializada em Direito de Família e Sucessões Fernanda Hesketh.

“O Conselho Federal de Medicina regulamenta que a doação de material genético nas inseminações artificiais deve ser anônima e gratuita. Esse é um dos empecilhos que podem ser encontrados em processos relacionados a inseminações caseiras”, detalha.

Apesar da dificuldade, a Justiça de Santa Catarina autorizou um casal de mulheres, que argumentou ter tido o filho por meio de inseminação caseira, a registrar a criança em nome das duas.

“Ou seja, a Justiça brasileira acaba se adequando aos anseios que surgem na sociedade, regulamentando novas situações que não possuem uma solução legal concreta”, diz a advogada.

Em relação aos contratos firmados entre a mãe e o doador, Hesketh menciona que a falta de regulamentação legal acaba fazendo com que os acordos possam questionados judicialmente.

Mesmo ciente da falta de regulamentação do método e dos imbróglios jurídicos que poderá enfrentar posteriormente, João Carlos Holland não pretende deixar de doar espermatozoide. Ele planeja chegar a 100 filhos.

“Não tenho prazo para parar de fazer essas doações. Se eu puder continuar ajudando a gerar vidas e a fazer as pessoas felizes, farei isso até os 100 anos.”

*Nome fictício para proteger a identidade do entrevistado, a seu pedido.

(Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/geral-42145205, data de acesso 10/12/2017)

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HPV e câncer masculino | Revista Pesquisa FAPESP

18 de jul de 2017 – O sistema público de saúde brasileiro iniciou em janeiro deste ano a imunização de garotos com 12 e 13 anos de idade contra o vírus do papiloma humano, o HPV. Até o início de junho, porém, apenas 595 mil adolescentes (16,5% da população nessa faixa etária) haviam recebido a primeira das duas…

Transmitido pelo contato da pele e mucosas durante o sexo, o HPV está associado, nos homens, ao desenvolvimento de verrugas genitais e anais, além de tumores de pênis, ânus, boca e garganta. Como o uso de preservativos nem sempre evita a transmissão do vírus, especialistas em saúde afirmam que a melhor forma de combater a disseminação é vacinar a população não contaminada. No final de junho, o ministério recomendou a imunização de meninos de uma faixa etária mais ampla, dos 11 aos 14 anos, o que torna mais desafiadora a meta de terminar 2017 com 80% da população-alvo imunizada – a vacina está disponível há mais tempo para as meninas, mas nem entre elas esse índice tem sido alcançado.

Os sinais de que será preciso redobrar os esforços para proteger os meninos surgem pouco após a publicação de estudos que começam a desvendar como e por quanto tempo a infecção pelo vírus progride até gerar verrugas genitais e lesões precursoras do câncer no sexo masculino. “Há muito se sabe que o HPV leva ao desenvolvimento de verrugas e tumores também na região genital masculina, mas não havia trabalhos que medissem a probabilidade de a infecção gerar lesões nem o tempo que demora para isso acontecer”, conta a bioquímica Luisa Lina Villa, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

Ela foi uma das primeiras pesquisadoras brasileiras a identificar a presença do HPV em tumores de pênis, ainda nos anos 1980, e há quase uma década coordena a parte nacional do estudo epidemiológico “HPV infection in men – HIM (Infecção pelo HPV em homens, em tradução livre)”, que acompanhou por quase cinco anos a saúde sexual de 4,1 mil homens com idade entre 18 e 73 anos no Brasil, no México e nos Estados Unidos.

O HIM já gerou dezenas de artigos científicos. Três deles, publicados entre 2015 e 2017, trazem uma análise mais detalhada da história natural da infecção por HPV. Em dois papers, o grupo da epidemiologista Anna Giuliano, do Moffitt Cancer Center, na Flórida, coordenadora geral do HIM, relata os resultados da avaliação de cerca de 3 mil desses homens. No início da pesquisa, nenhum deles tinha doença sexualmente transmissível nem infecção por HPV. Com o tempo, uma parte contraiu o vírus, identificado a partir de testes genéticos feitos no material coletado do pênis e da bolsa escrotal.

Aproximadamente 72% dos brasileiros estiveram infectados com HPV em algum momento do estudo, uma proporção significativamente maior do que a de mexicanos (62%) e a de norte-americanos (61%). Dos 37 tipos de HPV investigados, foram encontrados com mais frequência quatro: dois considerados de baixo risco para causar tumores (HPV6 e HPV11) e dois de alto risco (HPV16 e HPV18), os mesmos contra os quais a vacina disponível gratuitamente no sistema de saúde brasileiro produz imunidade.

Uma das avaliações levou em consideração os dados de 3.033 participantes dos três países. Desse total, 1.788 apresentaram infecção por ao menos um tipo de HPV e 86 deles (5% dos infectados) desenvolveram verrugas genitais (condiloma). Só 9 dos homens com HPV tiveram lesões pré-tumorais: as neoplasias intraepiteliais penianas.

Um em cada quatro casos de infecção por HPV6 ou por HPV11 desenvolveu condilomas contendo os mesmos vírus. O tempo entre a infecção e o surgimento da verruga foi de quase oito meses para o primeiro vírus e de quatro para o segundo. Quase 60% das lesões pré-cancerígenas continham o HPV16, de alto risco.

Na maioria das vezes, quase dois anos se passaram entre a infecção e o desenvolvimento da neoplasia, segundo artigo publicado em 2015 na revista “European Urology”.

A análise dos dados brasileiros foi publicada em abril deste ano na revista “Brazilian Journal of Infectious Diseases”. Dos 1.118 participantes de São Paulo, 815 tiveram HPV e 35 desenvolveram lesão nos genitais.

Durante o acompanhamento, 16% das pessoas com HPV6 e 16% das infectadas pelo HPV11 desenvolveram verrugas genitais, respectivamente, em nove meses e em sete meses, em um ritmo mais lento do que o identificado no estudo com mexicanos e norte-americanos. Na amostra brasileira, 1% dos indivíduos com HPV16 desenvolveu lesão pré-tumoral em 25 meses.
m sua conclusão, o estudo brasileiro chama a atenção para o fato de que os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV, contra os quais a vacina tetravalente oferece proteção, foram encontrados em 80% dos condilomas e das lesões pré-tumorais. E indica que seria recomendável adotar uma política ampla de vacinação para os meninos, uma vez que os homens continuam a se infectar com o vírus ao longo da vida e a transmiti-lo para seus parceiros – homens ou mulheres. Em um dos artigos do HIM, os pesquisadores lembram o caso bem-sucedido da Austrália, o primeiro país a implantar um programa nacional de imunização contra o HPV. Lá, a cobertura vacinal supera os 80% e houve uma redução de 70% a 90% na frequência de verrugas genitais entre as mulheres.

Leia a íntegra da reportagem aqui.

(Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/07/18/hpv-e-cancer-masculino/, data de acesso 10/12/2017)

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Meninos também são vacinados contra o HPV

Juliana Conte com informações do Ministério da Saúde

A partir de outubro de 2016, os meninos de 12 a 13 anos já podem também se vacinar contra o vírus do HPV na rede pública de saúde. O anúncio foi feito em outubro do ano passado pelo Ministério da Saúde durante coletiva de imprensa em Brasília.

A faixa etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos até 13 anos. Com a inclusão, o Brasil será o primeiro país da América Latina e o sétimo do mundo a oferecer a vacina para meninos em programas nacionais de imunizações.

O esquema vacinal contra o HPV para o público masculino será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Já para os que vivem com o HIV, o esquema vacinal é de três doses, com intervalo de dois e seis meses, respectivamente. Nesses casos, é necessário apresentar prescrição médica.

A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. Além disso, como os homens são responsáveis pela transmissão do vírus para suas parceiras, ao serem imunizados estão colaborando com a redução da incidência do câncer de colo de útero e de vulva nas mulheres. (Vale lembrar que desde 2014 a vacina é oferecida para meninas de forma gradual).

Publicado em 11/10/2016. Revisado em 23/11/2017.

(Fonte: https://drauziovarella.com.br/sexualidade/meninos-tambem-serao-vacinados-contra-o-hpv/, data de acesso 10/12/2017)

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Obesidade prejudica qualidade do esperma, diz estudo

Pesquisadores alertam que a saúde masculina também tem grande influência nas chances de concepção

– atualizada em 25/09/2017 11h18

A obesidade compromete a qualidade e quantidade de esperma, de acordo com estudo do Centro de Reprodução Assistida Krishna, na Índia.

A pesquisa recolheu dados de mais de 1285 homens do país e ficou claro que a obesidade estava associada a baixo volume de sêmen, baixa quantidade, concentração e mobilidade de espermatozoides e maior número de defeitos no esperma.

O principal autor do estudo, Gottumukkala Ramaraju, afirmou em nota divulgada pelo Centro de Reprodução Assistida Krishna, que, para casais com dificuldade para engravidar, o ideal é que, se o homem for obeso, ele perca peso antes de começar um tratamento para infertilidade.

Para aumentar as chances de concepção, os pesquisadores recomendam que os homens parem de fumar, diminuam o consumo de bebidas alcóolicas e comam muitas frutas e vegetais.

(Fonte: http://revistacrescer.globo.com/Gravidez/noticia/2017/09/obesidade-prejudica-qualidade-do-esperma-diz-estudo.html, data de acesso 10/12/2017)

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Pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias!

No Brasil, muitos pais sonegam parte da pensão aos seus filhos, negando-lhes o direito aos alimentos proporcionais às férias e ao décimo terceiro salário.

Publicado por Estevan Facure

Prezados leitores, após receber inúmeras perguntas iguais em nosso escritório, decidi escrever sobre este tema tão polêmico da maneira mais clara possível.

O Superior Tribunal de Justiça já decidiu, pelo rito de recurso repetitivo – REsp 1.106.654/RJ (2008/0261750-0), j. 25/11/2009 – que a pensão alimentícia incide sobre o terço constitucional de férias e décimo terceiro, o que deu ensejo a formalização do tema, conforme disposto abaixo:

Tema 192 do STJ: A pensão alimentícia incide sobre o décimo terceiro salário e o terço constitucional de férias, também conhecidos, respectivamente, por gratificação natalina e gratificação de férias.

Neste ponto, destaco a doutrina da desembargadora aposentada do TJ/RS, Maria Berenice Dias, que nos apresenta uma exceção à regra:

“No entanto, é feita a odiosa distinção: tais acréscimos ocorrem somente quando os alimentos são estabelecidos em percentual sobre o salário, rendimento ou provento. Quando é estabelecido em valor fixo, não deve ser levado em consideração nenhuma outra base de cálculo, ainda que o devedor perceba tais acréscimos.” (Dias, Maria Berenice, Manual de direito das famílias, 12 ed. rev., São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2017, fl. 644).

No sentido da exceção exposta, destaco a jurisprudência do STJ:

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. VERBA ALIMENTAR ARBITRADA EM VALOR FIXO. DÉCIMO TERCEIRO. NÃO INCIDÊNCIA. 1. Esta Corte recentemente proclamou a tese segundo a qual, tendo sido a obrigação alimentar arbitrada em valor fixo, descabe cogitar da incidência de descontos sobre o décimo terceiro salário do alimentante (REsp 1332808/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 18/12/2014, DJe 24/02/2015). […] (STJ – REsp: 1470987 MG 2014/0184225-2, Relator: Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, Data de Publicação: DJ 28/04/2015)

Em síntese, portanto, a pensão alimentícia incide sobre as gratificações natalina e de férias, desde que os alimentos não tenham sido fixados em valor fixo.

Justo ou injusto, esta a posição do Superior Tribunal de Justiça quanto à matéria.

Vale lembrar, ainda, que é possível pedir o desconto em folha de pagamento do Alimentante (quem paga pensão), ocasião em que o juiz expedirá um ofício à empresa empregadora, determinando que seja descontado mensalmente da remuneração do assalariado o valor da pensão alimentícia.

Até o próximo tema, pessoal.

Se tiverem interesse, me sigam no Jusbrasil para ficarem por dentro dos próximos artigos! Sempre posto artigos sobre Direito Civil com foco em Direito de Família.

Por favor, deixem suas opiniões abaixo para enriquecer o debate.

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Estevan FacurePRO

Sócio Proprietário do Escritório Lellis & Facure Advogados.

Advogado formado pela Universidade Federal de Uberlândia, inscrito na ordem sob o número 163.204 OAB/MG e membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM. Acesse: http://www.lefadv.com.br; http://www.facebook.com/lellisfacure;

(Fonte: https://estevanfg.jusbrasil.com.br/artigos/526599880/pensao-alimenticia-incide-sobre-o-decimo-terceiro-salario-e-o-terco-constitucional-de-ferias, data de acesso 10/12/2017)

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‘Cães não são barbeiros’ – Campanha pró-adoção colocou cães para dirigir

Na Nova Zelândia, uma ONG arrumou uma forma bastante criativa de chamar à atenção para a adoção de animais abandonados

DA REDAÇÃO

A adoção de animais abandonados é uma das causas mais nobres que existem. Para além: trata-se de uma missão difícil, que exige sensibilizar as pessoas em torno da vida de um animalzinho.

Como quase tudo na vida, a criatividade pode ser uma ótima chave para abrir essas portas difíceis. É o que uma ONG da Nova Zelândia fez para chamar a atenção de seu trabalho. Eles fizeram cachorros…dirigir!

Para provar o quão inteligente são os bichos, a SPCA Auckland colocou três cãezinhos para pilotar carros- adaptados, claro. E aí, surpresa, os cachorros mandaram muito bem.

Resultado: os cães motoristas foram rapidamente adotados!

VEJA VIDEO: ACESSE AQUI

Meet Monty. The World’s First Driving Dog.

(Fonte: http://www.otempo.com.br/interessa/bizarrices/campanha-pró-adoção-coloca-cães-para-dirigir-1.1292710, data de acesso 10/12/2017)

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Três datas que comemoram as boas atitudes sócio-políticas dos homens


19 de Novembro – Dia Internacional do Homem

25 de Novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra às Mulheres

6 de Dezembro – Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra às Mulheres


Em primeiro lugar, “PARABÉNS, a todos os homens!”

Comemore com muita alegria e saúde o dia 19 DE NOVEMBRO – DIA INTERNACIONAL DO HOMEM, você, merece!

Mas, saiba que foi uma data criada para que você e todos os homens tenham cuidado com a sua própria saúde, ou seja, a sua qualidade de vida vai levá-lo ao sucesso mais rápido e de forma garantida. Há empresas e grupos associativos que aproveitam a data para palestras e debates sobre as questões da igualdade de gêneros, e a relevante importância dos homens na construção de uma sociedade mais justa (tanto na comunidade, na vida conjugal, e, na educação e solidez da família)… Daí também as campanhas para o Novembro Azul, incentivando você para que ao longo deste mês, possa fazer um Check Up, e viver com mais qualidade de vida e alegrias pessoais. Aliás, estas, são a melhor riqueza, e que promovem a Paz!

As datas de 25 de Novembro – “Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra às mulheres”, e a de 6 de Dezembro – “Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra às mulheres”, são para a conscientização e importância de uma vida equilibrada entre ambos o sexos, respeitando-se como seres humanos, capazes de promover o sucesso um do outro, exercer cargos importantes, construir lares e educar filhos para um mundo melhor, enfim “Existência sem Violência” contra às mulheres, e, é muito louvável este comportamento masculino, Campanha do “Laço Branco” movimento mundial masculino.

Abaixo há a fontes que você poderá se informar mais.

Queremos destacar a nossa honra pela aceitação de serem nossos dois entrevistados deste mês, o Prof. Dr. José Gregori e o psicólogo, professor e padre Rubens P. Cabral. E, fizemos pesquisas de alguns assuntos no campo da saúde e direito, principalmente, para recordar informações, ou conhecer novas propostas.

Esperamos que as informações sejam úteis, e, que as fontes possam encaminhar para aprofundar mais os assuntos abordados. Muito gratos por sua atenção e se colaborar conosco na divulgação. Votos de sucessos continuados e parabéns!

Cordial abraço, de Elisabeth Mariano (coordenadora) e equipe ESPAÇO HOMEM.

Fontes:

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Entrevista com José Gregori, Jurista

José GregoriPerfil de José Gregori, Jurista

Filho do Henrique Gregori Júnior e Esther Paraventi Gregori
Formado pela Faculdade de Direito da USP em 1950
Línguas: Português, Italiano, Espanhol e Inglês.

Funções Atuais

Órgão Público
PREFEITURA DE SÃO PAULO – SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS
Função: Secretário Municipal de Direitos Humanos
Ano: desde Jan/2005
CÁTEDRA DA UNESCO – USP DE EDUCAÇÃO PARA A PAZ, DIREITOS HUMANOS, DEMOCRACIA E TOLERÂNCIA
Função: Conselheiro
Ano: 2009
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DA USP
Função: Presidente
Ano: 2011

(Continua…)



OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da RÁDIO ESPAÇO HOMEM, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.


(Continuação)

Outras Funções Ocupadas

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
Função: Ministro da Justiça
Ano: abril 2000 a 2001
Secretário Nacional de Direitos Humanos
Função: Secretário Nacional de Direitos Humanos
Ano: fev/1997 a abril 2000
Embaixador do Brasil em Portugal
Função: Embaixador
Ano: 2002a 2003
MINISTÉRIO da JUSTIÇA
Funções:
Chefe de Gabinete do Ministro Nelson Jobim Ministro de Estado, Interino
Ouvidor da República
Coordenador e Co-autor da Lei nº 9.140/95
Coordenador-Geral do primeiro Programa (desaparecidos políticos) lançado oficialmente pelo Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Presidente da República em 13/05/96
MINISTÉRIO DA ECONOMIA, FAZENDA E PLANEJAMENTO
Função: Chefe de Gabinete do Ministro
Gestão: Ministro Marcílio Moreira Marques
Ano: Fev/92 a Out/92
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Função: Chefe de Gabinete do Ministro
Local: Esplanada dos Ministérios,
Gestão: Ministro Renato Archer
Ed. Sede, Brasília – DF
Ano: 1988/89
MINISTÉRIO DA REFORMA AGRÁRIA
Função: Chefe de Gabinete do Ministro
Gestão: Ministro Marcos Freire
Ano: Fev/out 1988
SECRETARIA DE ESTADO DA PARTICIPAÇÃO de Estado
Função: Secretário
Local: São Paulo-SP
Gestão: Governo Franco Montoro
Ano:1985/1986
DEPUTADO ESTADUAL
Local: São Paulo
Mandato Eletivo: 1983/1986
Partido Político: PMDB/SP
MINISTÉRIO DA FAZENDA
Função: Secretário Particular
Gestão: Ministro Santiago Dantas
Ano: 1962/1963

INSTITUIÇÃO PRIVADA

FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE EMBRATEL- TELOS
Função: Diretor Superintendente
Local: Rio de Janeiro
Ano: Set/93 a Jan/95
FUNDAÇÃO PRÓ-SANGUE, HEMOCENTRO DE SÃO PAULO
Função: Diretor Jurídico
Local: São Paulo
Ano: Fev/90 a Set/93
INSTITUTO DA INTEGRAÇÃO LATINO AMERICANA – ILAM
Função: Diretor Secretário
Local: São Paulo
Ano: Out/90 a Fev/92
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Função: Professor contratado
Local: Ministro Godoy – Perdizes – SP
Matérias Lecionadas: Direito Civil, Introdução à Ciência dos Direitos, Ética e Sociologia Jurídica
Ano: 1990 a 1993
UNIVERSIDADE DE CAMPINAS
– UNICAMP
Função: Membro do Grupo de Estudos Constitucionais
Ano: 1982 a 1989
OUTRAS ATIVIDADES DOCENTES
COMISSÃO DE JUSTIÇA E PAZ
Função: Presidente
Local: São Paulo
Ano: 1973/1982
FUNDAÇÃO DO SANGUE
Função: Presidente
Local: São Paulo
Ano: 1994
COMISSÃO TEOTÔNIO VILLELA DE DIREITOS HUMANOS
Função: Membro Fundador
Local: São Paulo
Ano: Nov/1982
FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA
Função: Conselheiro
Local: São Paulo
Ano: 1972/1976
MUSEU DE ARTE SÃO PAULO – MASP
Função: Conselheiro
Local: São Paulo
Ano: 2008

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA
Local: São Paulo
Ano: 1955 a 1980

OUTRAS ATIVIDADES

COMISSÃO DE ESTUDOS E DIREITOS DO TRABALHADOR
Função: Membro
Local: Ministério do Trabalho
Gestão: Almir Pazzianoto Pinto
Ano: 1987
SENAI-SP
Função: Membro do Conselho, representando o Ministro do Trabalho
Local: São Paulo
Ano: 1986/1992

MISSÕES E DELEGAÇÕES ESTRANGEIRAS

Delegação:
VII Conferência Internacional Anticorrupção
Função: Delegado
Local: Beijing – China
Ano: 1995
Obs: onde propôs estudos integrados para a constituição de uma Agência Internacional Contra a Corrupção.
Delegação:
“Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social”
Função: Delegado
Chefe da Delegação:
Ministro da Educação Paulo Renato de Souza
Local: Copenhague – Dinamarca
Ano: Março/1995
Delegação:
Visita do Ministro de Estado da Justiça
Ministro Nelson Jobim
Função: Delegado
Chefe da Delegação:
Local: Londres, Cairo e Roma
Ano: Maio/1995
Delegação:
Coordenadoria de Acompanhamento da Cúpula das Américas
Função: Co-Presidente do Grupo de Trabalho sobre o tema: Democracia e Direitos Humanos
Local: Ottawa
Canadá
Ano: Dezembro/1995
Delegação:
Visita do Ministro de Estado da Justiça Ministro Nelson Jobim
Função: Delegado
Chefe da Delegação:
Local: Paris, Genebra, Bonn, Bruxelas e Reino Unido
Ano: Março/1996
Delegação:
Comissão Especial de Gestão de Cúpulas Interamericanas
Função: Co-Presidente
Chefe da Delegação:
Local: Washington do Grupo de Trabalho
Ministro Nelson Jobim
Ano: Março/Julho e Dez/96

MISSÕES E DELEGAÇÕES ESTRANGEIRAS

Delegação:
VII Conferência Internacional Anticorrupção
Função: Delegado
Local: Beijing – China
Ano: 1995
Obs: onde propôs estudos integrados para a constituição de uma Agência Internacional Contra a Corrupção
Delegação:
“Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social”
Função: Delegado
Chefe da Delegação: Ministro da Educação Paulo Renato de Souza
Local: Copenhague – Dinamarca
Ano: Março/1995
Delegação:
Visita do Ministro de Estado da Justiça
Função: Delegado
Chefe da Delegação: Ministro Nelson Jobim
Local: Londres, Cairo e Roma
Ano: Maio/1995
Delegação:
Coordenadoria de Acompanhamento da Cúpula das Américas
Função: Co-Presidente do Grupo de Trabalho sobre o tema: Democracia e Direitos Humanos
Local: Ottawa – Canadá
Ano: Dezembro/1995
Delegação:
Visita do Ministro de Estado da Justiça
Função: Delegado
Chefe da Delegação: Ministro Nelson Jobim
Local: Paris, Genebra, Bonn, Bruxelas e Reino Unido
Ano: Março/1996
Delegação:
Comissão Especial de Gestão de Cúpulas Interamericanas
Função: Co-Presidente do Grupo de Trabalho
Chefe da Delegação: Ministro Nelson Jobim
Local: Washington
Ano: Março/Julho e Dez/96
Delegação:
Pacto Apresentar e defender de Direitos o relatório Civis e Políticos inicial do Brasil sobre o cumprimento do Internacional
Função: Chefe Alterno
Chefe da Delegação:
Local: Genebra
Ano: Julho/96
Embaixador Gilberto Vergne Saboia
– Suíça
Missão: Representar o Ministério brasileiro da Justiça na Instalação da Cátedra Brasil-Inglaterra
Função: Conferencista
Local: Oxford – Inglaterra
Ano: Outubro/96
Missão: Representar o Brasil Universidade de Caracas
Função: Conferencista brasileiro
Local: Caracas Venezuela no Seminário de Direitos Humanos realizado pela
Ano: Novembro/1996
Missão: Reunião de Ministros da Justiça de Países de Língua Portuguesa
Função: Chefe da Delegação
Local: Luanda
– África
Ano: Julho/1997
Missão: Conferência Internacional sobre Trabalho Infantil
Função: Delegado
Local: Oslo
– Noruega
Ano: Outubro/1997
Missão: Representante do Ministério da Justiça na Conferência o Estabelecimento de um Tribunal Penal Internacional das Nações Unidas sobre
Função: Observador
Local: Roma – Itália
Ano: Junho/98
Missão: Representante do Ministério da Justiça no Congresso Mundial da Pastoral sobre Direitos Humanos
Função: Conferencista brasileiro
Local: Vaticano – Itália
Ano: Junho/98
Missão: Conferência Mundial de Ministros
Responsáveis pela Juventude
Função: Chefe da Delegação
Local: Lisboa – Portugal
Ano: Agosto/98
CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS CONTRA O CRIME ORGANIZADO TRANSNACIONAL.
Função: Chefe de Delegação
Local: Palermo – Itália
Ano: 2001

CONDECORAÇÕES

Ordem do Rio Branco
Grau de Comendador
Concessão: Ministério das Relações Exteriores
Governo: Fernando Henrique Cardoso
Medalha da Inconfidência
Grau de Inconfidência
Concessão: Governo do Estado de Minas Gerais
Governo: Eduardo Azeredo
Ordem do Mérito Nacional da França
Grau de Comendador
Concessão: Governo da República Francesa
Governo: Jacques Chirac
Ordem do Ipiranga
Concessão: Governo de São Paulo
Governo: José Serra
Ordem do Mérito Judiciário
Militar
Concessão: Superior Tribunal Militar
Governo: Poder Judiciário

TÍTULOS

Nome: Cidadão Carioca
Concessão: Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
Legislatura: 1997

PRÊMIOS

Prêmio das Nações Unidas para área de Direitos Humanos
Concessão: Organizações das Nações Unidas – ONU
Gestão Kofi Anan
Ano: 1998
Prêmio Ordem do Mérito da Fraternidade
Concessão: Legião da Boa Vontade – LBV
Ano: 1998
Ecumênica para os Direitos Humanos
Prêmio Criança e Paz – Betinho
Concessão: Unicef
Ano: 1998
Prêmio Secretaria de Direitos Humanos Concessão: Governo Federal
PREMIO USP DE DIREITOS HUMANOS
Ano: 2009
Concessão: Reitoria da Universidade de São Paulo
MEDALHA ALEXANDRE DE GUSMÃO INSTITUTO HISTOROCO E GEOGRAFICO DE SÃO PAULO
Concessão: Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo
Ano: 2009
Membro Honorário e Diplomas de Várias Entidades Civis
PRÊMIO JOSÉ GREGORI de Pernambuco concede prêmios com nome de “José Gregori” à policiais que se destacam no Governo em Direitos Humanos.

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Entrevista com Padre RUBENS PEDRO CABRAL – “OMI” – Filósofo, Psicólogo e Professor

Pe. Rubens Pedro Cabral

Perfil de Padre RUBENS PEDRO CABRAL – “OMI” – Filósofo, Psicólogo e Professor

Coordenador da CRB – Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional São Paulo

Missionário Oblato de Maria Imaculada da Província do Brasil, nascido em São Carlos/SP a 30/06/1953, vive em São Paulo há 42 anos.

Formou-se em Filosofia pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira,

Teologia pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção,

Psicologia pela UNISA – Universidade Santo Amaro.

Fez Especialização em Atendimento a Pessoas Especiais pela USP.

Foi Pároco nas periferias de São Paulo durante 27 anos,

Atuou como Psicólogo por 25 anos

Foi Professor Universitário na UNISA durante 15 anos

Foi Provincial dos Oblatos de Maria Imaculada,

É atualmente o Coordenador da Conferência dos Religiosos do Brasil – Regional São Paulo.


Ouça a entrevista: Radio Espaço Homem – 2017-11-15 – Pe. Rubens Pedro Cabral

https://drive.google.com/open?id=1M-r6iWxRSh9fqbImXhrMAe-lw9rbfk9R

OBS.: Respeitamos a Liberdade de Expressão de todas as pessoas. As opiniões aqui expressas NÃO refletem as da RÁDIO ESPAÇO HOMEM, sendo estas de total responsabilidade das pessoas aqui entrevistadas.

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