As profissões predominantementes masculinas não priorizam a saúde preventiva do homem

As profissões com predominância masculina se bem observadas não priorizam a saúde preventiva do homem: de gari a vigilante, de vidraceiros a mestres de obras, de “office boy” a estrategista administrativo, de segurança em portaria a contabilidade de banco, de um soldado bombeiro a altas patentes, de “motoboy” as escoltas policiais, de motorista particular aos de frota de ônibus, se pesquisarmos não há uma preocupação dos segmentos de recursos humanos em orientá-los para procedimentos em que poderão priorizar a saúde básica deles.

Muito menos ainda há exames preventivos anuais, quer seja em mutirão com alguma ONG, e, a alimentação deixa muito a desejar, estressados sem tempo até para tomar água (os 2 litros diários mínimos) ou uma medicação adequadamente no horário determinado por consulta médica, sem revisão odontológica e de oculista a cada ano, quiçá orientá-los para intervalos com exercícios básicos de relaxamento muscular tensionados pela força ou concentração por risco, respiração para aliviar o estresse, principalmente.

A saúde do homem ainda tem sido uma das preocupações das mulheres em relação aos homens de sua família, e, não há ainda grades curriculares do ensino básico ao superior em que se inclua alguma disciplina que orientem crianças, adolescentes ou adultos, homens e mulheres sobre a atenção básica mínima para a própria sobrevivência com um pouco mais de qualidade de vida. Ao contrário se observa desde cedo o quanto estão expostos ao estresse do cotidiano, preocupação com horário e segurança, e a competição desenfreada, em que mais se visa lucro de qualquer modo do que vida com qualidade.

Quem mais deve cuidar da própria saúde é o homem mesmo, e isto é preciso pautar nos treinamentos e nos serviços a serem oferecidos aos quadros funcionais de micros a grandes grupos empresariais, esta é uma necessidade para a proteção humana.

Com este alerta e as pesquisas que fizemos para você, esperamos que sejam úteis e sirvam para debates e reflexões, e mudanças dos hábitos diários para uma melhor qualidade de vida.

Receba fraternal abraço de Elisabeth Mariano e equipe.

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Por que os homens morrem mais cedo?

Hoje se completa um ano desde que o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional da Saúde do Homem. (Leia a [nota publicada em 2009.) Todo o mundo o mundo viu na televisão o que os médicos já sabiam havia muito tempo: o homem morre mais cedo que a mulher. Quando a política foi lançada, a expectativa de vida ao nascer dos homens era estimada em 7,6 anos a menos que a das mulheres.

O engraçado é que os homens morrem mais cedo, mas adoecem menos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um homem brasileiro que nascesse em 2002 teria uma expectativa de passar 13,0% de sua vida, ou seja, 8,5 anos com algum grau de incapacidade (que é uma forma de medir a gravidade das doenças). Já uma mulher que nascesse naquele mesmo ano teria uma expectativa de passar 9,8 anos com incapacidade, ou seja 13,6% de sua expectativa total de vida.

A maioria dos consultórios médicos recebe mulheres com muito mais frequência do que homens. Além de adoecer mais, as mulheres vão ao médico com mais facilidade que os homens, seja por motivos culturais, seja por motivos trabalhistas. Quando o agente comunitário de saúde visita uma família, é quase sempre a mulher que o atende, mesmo que o homem esteja em casa.

Pensando em ajudar todos a olhar um pouco mais para a saúde do homem, trago aqui uma análise dos 10 principais fatores de risco para a saúde do homem brasileiro. Para dar uma dimensão da importância de cada fator de risco, anotei entre parênteses a proporção da carga de doença da população masculina que é causada por aquele fator de risco.

  • Uso de álcool (15,2%) — Apesar do álcool uso moderado do álcool ter um aparente efeito protetor para a doença cardíaca isquêmica (angina, infarto cardíaco) e para a forma isquêmica da doença cerebrovascular (mais conhecida como AVC ou derrame), existem dezenas de doenças para as quais quanto mais álcool pior, mesmo se a pessoa não for alcoolista. Não é segredo que os homens bebem muito mais do que as mulheres. O resultado é que o sexo masculino sofre 6,0 vezes as consequências que o sexo feminino sofre pelo uso excessivo do álcool. (Leia também: Você sabe beber com moderação?)
  • Tabagismo (4,2%) — Outro fator de risco tradicionalmente ligado ao gênero masculino. Mesmo com a proporção cada vez maior de mulheres entre os fumantes, a carga de doença decorrente do uso do tabaco nos homens é 2,6 vezes a carga das mulheres. Como os efeitos deletérios do tabagismo demoram a aparecer, espera-se que essa diferença diminua sensivelmente ao longo das próximas décadas. Em maio escrevi uma série de artigos sobre o assunto: 10 motivos para fumar, 10 motivos para parar de fumar, As doenças causadas pelo tabagismo passivo, e Como parar de fumar.
  • Sobrepeso e obesidade (3,5%) — Apesar de ser o terceiro fator de risco que mais contribui para a carga de doença do homem brasileiro, o excesso de peso traz ainda mais consequências para a população feminina. Dessa forma, não é pela obesidade que os homens morrem antes que as mulheres. (Leia também: Como saber se você está acima do peso ideal.)
  • Pressão alta (3,3%) — O ideal seria que todo o mundo tivesse a pressão menor do que 12 por 8. Acima disso, aumenta cada vez mais o risco de AVC, infarto cardíaco, amputação e várias outras doenças cardiovasculares (do coração e dos vasos sanguíneos). Como todo o mundo vai morrer um dia, o importante não é saber qual vai ser a causa de morte. Mas, quando o risco de uma doença aumenta, aumenta também o risco da pessoa ter uma morte ou incapacidade precoce, o que se traduz em menos anos de vida saudáveis. No Brasil os homens têm 20% mais carga de doença causada pela pressão arterial do que as mulheres, presumidamente pela dificuldade em fazer acompanhamento médico. (Leia também: Como prevenir e controlar a hipertensão arterial.)
  • Glicose alta (3,1%) — Assim como no caso da pressão arterial, quanto menor a glicemia (o nível de glicose no sangue), menor o risco da pessoa desenvolver complicações cardiovasculares nos próximos anos. Há dois meses escrevi três artigos sobre o assunto: Conheça os sintomas do diabetes mellitus, Quem tem risco de ter diabetes mellitus, e Como prevenir o diabetes mellitus. O diabetes e o pré-diabetes trazem ainda mais consequências para a saúde da população feminina do que para a da masculina, então não é por causa disso que os homens morrem mais cedo.
  • Falta de aleitamento materno (2,3%) — A alimentação do bebê deve ser completamente constituída pelo leite materno até completar 6 meses de idade; a partir daí os alimentos da família devem ser introduzidos gradualmente, mas mantendo o aleitamento materno 2 a 3 vezes ao dia até pelo menos os 2 anos de idade. A interrupção precoce do aleitamento materno implica em maior mortalidade infantil e em menores de 5 anos de idade, e a carga disso para a saúde dos homens é 1,2 vez a carga para a saúde da mulher. (Leia também: Conheça os benefícios do aleitamento materno para a saúde da mãe.)
  • Sexo sem camisinha (2,2%) — Relações sexuais sem preservativo podem trazer doenças sexualmente transmissíveis e/ou Aids, mas para a mulher o risco é ainda maior. Algumas mulheres tentam abortar gravidezes indesejadas, e pela clandestinidade as tentativas de aborto podem levar ao óbito materno. (Assista a essa propaganda bem-humorada sobre o uso da camisinha.)
  • Uso de drogas ilícitas (2,2%) — A maior consequência do uso problemático de cocaína (e crack), anfetaminas e opioides é a morte precoce. Os 2,2% que citei só incluem sobredose (overdose), suicídio, trauma (homicídio, acidentes de trânsito e outros) e infecção pela Aids; e não incluem o uso da maconha. A somatória desses problemas nos homens é 2,5 vezes a somatória das mulheres.
  • Colesterol alto (2,1%) — O excesso de colesterol é um dos principais fatores de risco para a doença cardíaca isquêmica, além de outras doenças do aparelho circulatório. E o problema surge uns 5 anos mais cedo para os homens, que por isso têm uma carga de doença atribuída ao colesterol cerca de 40% maior que a das mulheres. (Leia também: Como está sua alimentação?)
  • Fatores de risco ocupacionais (2,1%) — O adoecimento ou falecimento decorrente do trabalho é muito maior no sexo masculino: a carga de doença atribuída é 5,8 vez aquela do sexo feminino. Mas as consequências variam muito de um lugar para o outro, e de uma ocupação para a outra.

A carga de doença é uma forma de expressar o impacto de uma doença ou fator de risco. Esse impacto é medido em anos de vida perdidos (quando mais precoce a morte, pior), e ajustado para o grau de incapacidade das pessoas que não morrem mas têm que conviver com a doença ou uma consequência da mesma. Quanto maior o número de pessoas afetadas, maior a carga de doença. Já expliquei o conceito com mais detalhes nos artigos Os 10 maiores fatores de risco para a saúde do Brasil e Conheça os 10 maiores fatores de risco para a saúde da mulher.

Assim como nesses dois outros artigos, os números são para toda a América Latina, e não apenas para o Brasil. Segunda-feira publico um novo artigo com a lista das 10 principais doenças do homem brasileiro, desta vez com dados exclusivamente nacionais. Até lá!

Divulgue para seus amigos:

Doutor Leonardo

Medicina de família e comunidade

Doutor Leonardo é especializado em Saúde da Família (p. ex. PSF). Se gostar da leitura, você pode passar a receber os próximos artigos por e-mail. Assine agora — é de graça!

(Fonte: http://leonardof.med.br/2010/08/27/por-que-os-homens-morrem-mais-cedo/, data de acesso 10/05/2016)

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Homens fazem mais cirurgias plásticas

09/11/2015

Em 2014 houve um aumento de 12% para 22,5% dos homens em cirurgias plásticas estéticas.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), o público masculino que se submeteu a procedimentos cirúrgicos estéticos aumentou 4 vezes desde 2009, ou seja, o número de homens que realizaram cirurgias plásticas passou de 72 mil, para 276 mil por ano, o que dá uma média de 31,5 por hora.

“Esse crescimento é de porcentagem, mas em número bruto é maior ainda. O principal motivo é a mudança cultural, com a diminuição do preconceito. Além disso, no Brasil, a cirurgia plástica é vista como um procedimento popular e o país é uma referência mundial” comentou Luiz Henrique Ishida, diretor da SBCP em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo.

As cirurgias mais pedidas e executadas pelo público masculino são: lipoaspiração, ginecomastia (redução das mamas) e a cirurgia da pálpebra.

(Fonte: http://www2.cirurgiaplastica.org.br/blog/)

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Como o sono pode afetar seu coração?

Uma apneia do sono incomum pode estar ligada a arritmia cardíaca perigosa.

Há bastante tempo, pesquisadores já sabem que existe uma ligação entre uma forma comum de apneia do sono (uma desordem aonde a respiração é interrompida rápida e repetidamente) com problemas cardiovasculares como pressão arterial alta, arritmia, acidente vascular encefálico e insuficiência cardíaca. Porém, estudos mostram que uma forma menos comum de apneia do sono (que geralmente afeta homens com idade mais avançada) tem mais chances de desenvolver problemas cardíacos.

Arritmia cardíaca

O estudo abordou dois tipos de apneia do sono, a obstrutiva e a central.

Apneia obstrutiva do sono (SAOS) é a forma mais comum de apneia do sono e acreditasse que afeta 15 milhões de indivíduos nos Estados Unidos. A SAOS acontece quando as vias aéreas superiores são bloqueadas completamente ou parcialmente durante o sono. Quando isso acontece, o diafragma e os músculos do tórax trabalham de maneira mais intensa, aumentando a pressão dentro do tórax para que as vias aéreas se abram novamente. A respiração geralmente volta, com espasmos corporais ou com um forte suspiro. Esses episódios podem interferir com a qualidade do sono, reduzir o fluxo sanguíneo para órgãos vitais e causar irregularidades no ritmo cardíaco e na pressão arterial.

A apneia central do sono (ACS) é uma forma menos comum de desordem do sono. A ACS acontece quando o cérebro falha em enviar sinais para os músculos por causa de instabilidade no centro de controle respiratório. A ACS tem esse nome por estar relacionada com a funcionalidade do sistema nervoso central. A apneia central do sono é, em sua maioria, causada por problemas e condições médicas que afetam o tronco encefálico.

Um estudo recente, desenvolvido na Cleveland Clinic Foundation, acompanhou um grupo de homens idosos por um período de seis anos e meio e descobriu que a maior parte dos homens que tinham ACS (85%) desenvolveram arritmia cardíaca e dessas 43% foi a fibrilação atrial.

Enquanto estudos anteriores procuravam uma relação entre SAOS e fibrilação atrial, esse estudo atual mostra a conexão entre ACS e problemas cardíacos.

“Nesse estudo, também focamos nessas relações, mas curiosamente descobrimos que a apneia obstrutiva do sono tem menos associação com fibrilação atrial que a apneia central.” Disse a doutora Mehra da Cleveland Clinic Foundation.

A apneia do sono em geral é mais comum em homens do que mulheres, e ainda mais comum em adultos mais velhos.

“Os dados suportam que a apneia central esta ligada ao desenvolvimento deste tipo de arritmia,” Diz a Doutora Mehra. “Agora sabemos que o tratamento da apneia pode reduzir o desenvolvimento da fibrilação atrial, que pode ter consequências catastróficas”.

Estudos anteriores já apresentavam dados positivos entre o tratamento da apneia com a redução de recorrências do ritmo cardíaco anormal, mas não tão incisivos.

Opções de tratamento

Algumas formas de controlar a apneia do sono:

  • Use pressão positiva continua nas vias respiratórias (CPAP). Esse é o tratamento padrão para a apneia do sono, que envolve a uso de uma mascara respiratória no nariz ou boca enquanto dormimos. Uma máquina empurra gentilmente o ar pela mascara evitando o fechamento das vias respiratórias. A doutora Mehra diz que esse tratamento é efetivo para SAOS e também para a ACS. Porém, no caso da ACS, também pode ser necessário o uso de outros tratamentos como versões mais avançadas de CPAP, oxigênio suplementar e medicamentos.
  • Perder peso fazendo dietas nutritivas, reduzindo a absorção de calorias e praticando exercícios regularmente se estiver acima do peso ou obeso. Depois de perder peso, peça para o médico fazer uma nova avaliação sobre a apneia do sono.

Não deixe de visitar seu médico se você possui os sintomas da apneia do sono.

“É de extrema importância, se você possui esses sintomas, visitar seu médico imediatamente,” Diz a doutora. “Roncos fortes e sonolência diurna são bons indícios de apneia obstrutiva do sono, porém é necessário conversar com um especialista para o diagnóstico.”

Os sintomas da apneia central do sono são um pouco mais difíceis de detectar, mas podem envolver a sensação de sono interrompido e insônia, diz a doutora Mehra.

Se cuide! Prevenir é melhor que remediar.

(Fonte: Cleveland Clinic. – See more at: http://jblog.jb.com.br/asuasaude/page/3/)

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Servidores públicos federais terão licença-paternidade de 20 dias

Decreto foi publicado – 4 de maio de 2016

A presidente Dilma Rousseff editou decreto (8.737/16) que institui o Programa de Prorrogação da Licença-Paternidade para os servidores públicos Federais. O decreto foi publicado nesta quarta-feira, 4, no DOU.

Agora, os servidores regidos pela lei 8.112/90 terão direito a 20 dias de licença-paternidade, cinco dias concedidos pelo art. 208 pela lei 8.112/90, mais quinze dias de prorrogação.

O benefício deverá ser requerido no prazo de dois dias úteis após o nascimento ou a adoção da criança. Nos casos de adoção, poderá requerer licença-paternidade aquele que adotar criança de até doze anos de idade incompletos.

Durante o período de licença, não será permitido o exercício de atividade remunerada, sob pena de cancelamento da prorrogação da licença e o registro da ausência como falta ao serviço.

O servidor que já estiver de licença na data de hoje (data da entrada em vigor do decreto) poderá requerer a prorrogação até o último dia da licença ordinária de cinco dias.

_____________

DECRETO Nº 8.737, DE 3 DE MAIO DE 2016

Institui o Programa de Prorrogação da Licença-Paternidade para os servidores regidos pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008,

DECRETA:

Art. 1º Fica instituído o Programa de Prorrogação da Licença Paternidade para os servidores regidos pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 2º A prorrogação da licença-paternidade será concedida ao servidor público que requeira o benefício no prazo de dois dias úteis após o nascimento ou a adoção e terá duração de quinze dias, além dos cinco dias concedidos pelo art. 208 da Lei nº 8.112, de 1990.

§ 1º A prorrogação se iniciará no dia subsequente ao término da licença de que trata o art. 208 da Lei nº 8.112, de 1990.

§ 2º O disposto neste Decreto é aplicável a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança.

§ 3º Para os fins do disposto no § 2º, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos.

Art. 3º O beneficiado pela prorrogação da licença-paternidade não poderá exercer qualquer atividade remunerada durante a prorrogação da licença-paternidade.

Parágrafo único. O descumprimento do disposto neste artigo implicará o cancelamento da prorrogação da licença e o registro da ausência como falta ao serviço.

Art. 4º O servidor em gozo de licença-paternidade na data de entrada em vigor deste Decreto poderá solicitar a prorrogação da licença, desde que requerida até o último dia da licença ordinária de cinco dias.

Art. 5º O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão poderá expedir normas complementares para execução deste Decreto.

Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de maio de 2016; 195º da Independência e 128º da República.

DILMA ROUSSEFF

Valdir Moysés Simão

(Fonte: http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI238699,71043-Servidores+publicos+Federais+terao+licencapaternidade+de+20+dias)

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Senado aprova licença materna de seis meses e paterna de 20 dias – Marco Legal da Primeira Infância

Texto segue para sanção. quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Os senadores aprovaram nesta quarta-feira, 3, o projeto que cria o Marco Legal da Primeira Infância (PLC 14/15). A proposta determina um conjunto de ações para o início da vida, entre zero e seis anos de idade. Uma novidade é o aumento do tempo para os pais cuidarem dos recém-nascidos. O texto, que vai à sanção presidencial, aumenta para seis meses a duração da licença-maternidade, por meio do Programa Empresa-Cidadã, e para 20 dias a licença-paternidade. Os mesmos direitos estão assegurados a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção.

As gestantes e as famílias com crianças na primeira infância deverão receber orientação e formação sobre maternidade e paternidade responsáveis, aleitamento materno, alimentação complementar saudável, crescimento e desenvolvimento infantil integral, prevenção de acidentes e educação sem uso de castigos físicos.

A ideia é a formação e a consolidação dos vínculos afetivos e o estímulo ao desenvolvimento integral na primeira infância.

O texto ainda expande a educação para as crianças de zero a três anos. As instalações e os equipamentos devem obedecer aos padrões de infraestrutura estabelecidos pelo Ministério da Educação. Além disso, o Poder Público deverá organizar e estimular a criação de espaços lúdicos em locais onde há circulação de crianças.

***P.S.*** MARCO LEGAL

O Marco Legal também obriga a União a manter registros com os dados do crescimento e desenvolvimento da criança. Além disso, a União deverá informar à sociedade quanto gastou em programas e serviços para a primeira infância. A mesma obrigação terão os estados e municípios.

(Fonte: http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI233501,101048-Senado+aprova+licenca+materna+de+seis+meses+e+paterna+de+20+dias)

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Avanço de supergonorreia pode se tornar intratável e preocupa grã-bretanha

Yahoo Vida e Estilo
3 de maio de 2016

A disseminação de uma supergonorreia na Inglaterra anda preocupando médicos. Essa nova bactéria pode se tornar intratável já que um dos principais tratamentos contra a doença foi ineficaz.

A agência governamental Public Health England reconheceu que medidas tomadas para conter a epidemia tiveram “sucesso limitado”.

No ano passado a Grã-Bretanha já havia feito um alerta nacional quando foram registrados casos em Leeds, no condado de Yorkshire, na região central do país.

Já foram confirmados por meio de testes de laboratório 34 casos de supergonorreia. A doença é transmitida sexualmente e pode levar à infertilidade.

O portador da infecção pode não apresentar sintomas. Se não for tratada, a infecção pode levar a infertilidade e a inflamação pélvica crônica, e ser transmitida para um bebê durante a gravidez.

Para a Associação Britânica de Saúde Sexual e HIV, é necessária uma reação rápida à infecção.

Elizabeth Carlin, presidente da associação, afirmou que a “disseminação da gonorreia altamente resistente à azitromicina é motivo de enorme preocupação e que é essencial tomar toda medida possível para impedir que se espalhe ainda mais”, disse.

(Fonte: https://br.vida-estilo.yahoo.com/post/143799826605/avanço-de-supergonorreia-pode-se-tornar-intratável~)

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Segundo estudo, ver pornografia com frequência pode torná-lo mais religioso

Beleza Meninos!!! O post de hoje está pegando fogo. Já tem um bom tempo que não insiro ao blog, posts para o menu “Papo Cueca”, um dos mais visualizados pelos leitores e visitantes do ADM. E agora, venho com esse assunto que causa polêmica, mas não quer dizer que não pode ser discutido, não é verdade? Existe os estudos, existe os pesquisadores, e nos cabe debater sobre suas pesquisas e descobertas, simples assim.

Bom, chega de falação e vamos ao que interessa. Todos nós sabemos que a pornografia está presente no cotidiano do homem quase que em tempo constante e se tornou o conteúdo mais acessado na redes de internet do mundo ineiro. Gente, olha o que diz o Professor Assitente Samuel Perry, da Universidade de Oklahoma.

A pesquisa, feita entre 2006 e 2012 e envolvendo um total de 1.314 adultos, questionou os participantes em diversos aspectos da vida, incluindo religião e pornografia. De início, os números apontaram que ver pornografia duas ou três vezes por mês tendia a reduzir a religiosidade das pessoas com o tempo. Curiosamente, Perry notou um leve aumento nas tendências religiosas de quem via conteúdo pornográfico com maior frequência.

Para te deixar ainda mais intrigado: os estudos também revelaram que aqueles que viam pornografia com ainda mais frequência – em torno de uma vez por dia ou mais –, atendia a serviços religiosos tanto quanto aqueles que diziam não ver pornografia alguma. O pesquisador percebeu que essa maior frequência não resulta em um maior tradicionalismo sexual.

Embora assistir pornografia até três vezes por mês resulte em uma queda na religiosidade, ver esse tipo de conteúdo com maior frequência tende a ter o efeito oposto. Olha que louco!

Mas o que causaria esse estranho fenômeno?

Para Perry, isso pode ser resultado de as pessoas separarem por completo seu gosto por ver pornografia de sua religiosidade. Outra possibilidade igualmente relevante é de que isso seja o simples resultado da culpa sentida por quem “exagera” na visualização desse tipo de conteúdo.

É importante notar que apenas 39% dos participantes da pesquisa admitiram ter visto esse tipo de conteúdo nos últimos 12 meses.

Pesquisa: Superpride

(Fonte: http://assuntodemeninos.blogspot.co.id/2016/05/segundo-estudo-ver-pornografia-com.html)

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Comportamentos Compulsivos

Entrevista

André Malbergier é médico, professor do Departamento de Psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador do GREA, Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas.

Muita gente imagina que os comportamentos compulsivos estão apenas associados a drogas como álcool, maconha, cocaína e nicotina, por exemplo. De fato, dependentes de droga manifestam esse tipo de comportamento, mas a compulsão não está relacionada exclusivamente com o uso de substâncias químicas.

Pode estar ligada a outras situações que provocam prazer, como fazer compras ou passar horas em frente do computador. Quem não conhece pessoas que compram compulsivamente, estouram o limite do cartão de crédito, do cheque especial e a conta no banco de uma forma deletéria para si mesmas. Quem não tem notícia de gente que permanece horas em frente do computador e se esquece de comer, de falar com os amigos, de prestar atenção nos filhos. Esses comportamentos, tanto quanto os relacionados com o uso de drogas, interferem com o mecanismo de prazer e podem adquirir características patológicas, de certa forma incontroláveis.

Características do comportamento compulsivo

Drauzio – Quais são as características básicas do comportamento compulsivo?

André Malbergier – O comportamento compulsivo se caracteriza por uma pressão interna que, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por desejo muito forte de realizar uma ação que gera prazer principalmente nos estágios iniciais, mas que depois provoca sentimento de culpa e mal-estar.

Drauzio – Vamos pegar o exemplo das compras. Como se distingue um comportamento patológico do comportamento normal da pessoa que vai às compras?

André Malbergier – Com base em estudos americanos, o comprar compulsivo só passou a ser tratado como doença recentemente. Considera-se que uma pessoa é compradora compulsiva quando, em determinado momento, começa a contabilizar prejuízos financeiros, pessoais e de relacionamento provocados pelo descontrole nas compras. Embora as pesquisas mostrem que quase todo o mundo, de vez em quando, compra por impulso, porque comprar por impulso faz parte da natureza humana, o comprador compulsivo não cede a essa pressão eventualmente. Cede sempre, em especial se estiver dominado por sentimentos negativos, entristecido, com baixa autoestima e dificuldade de relacionamento. Em geral, são mulheres que vão ao shopping e começam a comprar sem controle. Às vezes, saem de casa pensando em adquirir determinado produto, mas entram nas lojas e não resistem ao apelo de comprar outras coisas. O interessante é que não compram só para si.

Se a abordagem do vendedor for eficiente, sairão da loja carregadas de presentes e, quando alguém reclama que estão gastando muito dinheiro, argumentam “Não seja ingrato. Você se esquece de quantos presentes lhe comprei”.

Na verdade, os shoppings favorecem esse tipo de comportamento pelo número e diversidade de lojas que oferecem agrupadas num mesmo espaço. Além disso, contar com cartões de crédito e poder parcelar os pagamentos funcionam como atração e incentivo para novas compras.

Compulsão nos dois sexos

Drauzio – Esse tipo de compulsão é mais frequente nas mulheres?

André Malbergier – Observa-se que de 90% a 95% dos compradores compulsivos são mulheres. Alguns estudos mostram que elas têm a chamada dependência de shopping center, caracterizada por problemas com compras, com comida e cleptomania, uma vez que também fazem pequenos furtos. Os comportamentos compulsivos dos homens estão mais ligados à adição de álcool, de drogas e ao sexo. Essa diferença provavelmente pode ser atribuída a aspectos culturais, pois biologicamente não teríamos como explicá-la, já que toda a ação ou fisiopatologia da doença está associada ao circuito da recompensa que, em teoria, é igual nos dois sexos.

Por outro lado, vários países que estudam o comportamento dos adolescentes no que se refere ao uso de drogas lícitas ou ilícitas verificaram que, nesse campo, o comportamento de homens e mulheres está ficando muito parecido, o que pode reforçar a hipótese de tratar-se de uma questão mais cultural do que propriamente biológica.

Circuito cerebral de recompensa

Drauzio – Você está chateado, entra num shopping, compra uma camisa e uma gravata bonita e fica um pouco mais feliz. Como funciona o mecanismo de recompensa nesses momentos?

André Malbergier – Já está demonstrado que existe no nosso cérebro um circuito de recompensa, na verdade uma estrutura bastante rudimentar que, de alguma forma, está presente também nos outros animais, por exemplo, nos ratos, e que vai mediar nossa relação com situações de prazer, como fazer sexo, ir às compras, comer uma comida gostosa ou encontrar uma pessoa querida que não víamos há muito tempo. Sabe-se também que, dependendo do grau de prazer que determinada situação gerou, esse circuito é estimulado em diferentes níveis.

Certos comportamentos e algumas substâncias conseguem fazê-lo de uma maneira que dificilmente seria possível ocorrer na vida cotidiana. É muito difícil dimensionar o grau de prazer experimentado pelos dependentes se o compararmos com o de uma pessoa comum. Talvez seja isso que, depois de algum tempo, os faça declarar que nada mais lhes traz prazer além do sexo, da cocaína ou das compras, por exemplo. Existe uma alteração no cérebro ligada à liberação de um neurotransmissor chamado dopamina, que é responsável pela sensação de prazer. Ele faz com que a pessoa, por susceptibilidade biológica ou sociocultural, ao entrar em contato com determinado comportamento ou substância, associe tal estímulo ao prazer e bem-estar que está sentindo e que foi provocado pela maior liberação desse neurotransmissor. No entanto, quando se repete muito tal comportamento ou o uso da droga, a ação da dopamina se esgota, se esvazia rapidamente, a pessoa se sente mal e precisa repetir com mais frequência o estímulo externo para manter minimamente os níveis de dopamina no sistema cerebral de recompensa.

Drauzio – Quer dizer que os compradores compulsivos estabelecem uma ligação patológica entre determinado comportamento e os níveis de dopamina. Provocam o estímulo, porque só ele consegue fazer com que sintam felizes naquela hora, pelo menos. Com a cocaína, acontece a mesma coisa. Quando cessa sua ação, o usuário fica derrubado e repete a dose, mesmo sabendo que aquele comportamento é deletério. A pessoa que vai fazer compras sabe que depois vai sentir-se mal?

André Malbergier – Sabe, sim. O interessante é que só recentemente se conseguiu demonstrar que não são apenas as substâncias químicas que atuam nos circuitos cerebrais da recompensa. Compras, jogos patológicos, sexo, comida ou mesmo o uso exagerado do computador representam comportamentos capazes de agir sobre eles. No caso do comprador compulsivo, o fenômeno é muito parecido com o provocado pelas drogas. A pessoa se ilude com a sensação de que vai ao shopping não para comprar, mas para ver vitrines, ir ao cinema ou levar o filho. Como o usuário de cocaína que acha que pode ir a uma festa, mas jura que não vai usar drogas ou vai usar só um pouquinho, ela fica brigando consigo mesma – “Vou conseguir frequentar o shopping sem me endividar” -, mas não resiste sequer ao primeiro apelo.

Os comportamentos compulsivos são estimulados pela facilidade de acesso à substância, no caso, o acesso às compras. Do mesmo jeito que numa festa a simples visão da cocaína pode liberar desejo incontrolável ou fissura, exposta a uma situação de compra, a pessoa tem as mesmas reações.

Fatores de risco

Drauzio – Existem pessoas que correm maior risco de desenvolver comportamento compulsivo em relação às compras? Há um tipo de personalidade ou de educação mais comum nelas. Por exemplo, pais que compram mais presentes para os filhos podem estar incentivando esse tipo de comportamento?

André Malbergier – Teoricamente, quem corre maior risco são as mulheres de classe média ou média alta, faixa socioeconômica com maior disponibilidade de dinheiro para gastar. Pagas as contas do dia a dia, sobra-lhes sempre uma quantia para ser usada em recreação, lazer, compras, etc. Discute-se se boa parte dessas mulheres são filhas de pais que trabalhavam muito e ficavam ausentes por longos períodos, deixando em suas mãos, quando meninas, dinheiro disponível precocemente. Assim, aos 16 ou 17 anos, idade em que começaram a sair sozinhas, criaram hábitos, entre eles o de compras, que incluem gastos excessivos.

Comorbidades

Drauzio – Compradores compulsivos podem apresentar o que em medicina se chama de comorbidade, ou seja, a associação com outras patologias psiquiátricas? Por exemplo, existem pessoas deprimidas que são dependentes de álcool. Quando se vai analisar o caso, descobre-se que o alcoolismo surgiu como tentativa para fugir da depressão.

André Malbergier – Na área da dependência e compulsão são comuns os casos de comorbidade. Estudos mostram que de 60% a 70% das mulheres com compulsão por compras apresentam sintomas depressivos e número um pouco menor, depressão clínica propriamente dita. Outra doença frequentemente associada aos compradores compulsivos é a distimia, uma depressão crônica mais leve do que a depressão clínica. É evidente que pessoas com sintomas depressivos, às vezes por anos, quando descobrem que o fato de irem às lojas para fazer compras melhora seu ânimo, desenvolvem compulsão nem tanto pelo prazer de possuir um objeto em si, mas porque são paparicadas pelo vendedor dentro de uma loja bonita e num ambiente agradável. O bem-estar que sentem nesses momentos é descrito quase como um orgasmo. Interessante é que muitas, mal saem da loja, começam a cair na real e veem que deram mais um cheque ou assumiram mais uma dívida no cartão de crédito e não levam os objetos que adquiriram para casa ou, se levam, escondem-no do marido (a maioria é casada) ou não desfazem os pacotes.

Drauzio – Em que faixa etária é mais comum esse tipo de problema?

André Malbergier – Em geral, na faixa dos 39, 40 anos, quando os maridos atingiram certa estabilidade financeira. As feministas não gostam dessa interpretação. Dizem que hoje em dia as mulheres trabalham e ganham dinheiro para arcar com as despesas e os pagamentos de suas compras.

Computadores e Internet

Drauzio – Vamos falar sobre a compulsão por computadores e internet. O que fazer com as crianças que ficam enlouquecidas diante do computador por horas?

André Malbergier – Essa é uma área que vem chamando muito a atenção e acredito que chegou a hora de discutir o assunto aqui no Brasil. Só agora se está tentando estabelecer uma legislação que oriente o funcionamento das lan houses, casas que crianças, adolescentes e adultos podem frequentar e onde jogam em rede, em geral, jogos de estratégia, de guerra. Em 2002, havia 500 casas dessas no Brasil. Em 2003, esse número gira em torno de três mil, ou seja, estão abrindo lan houses em cada esquina, sem regra nenhuma que norteie seu funcionamento, não importa se em frente de escolas, faculdades ou próximas a lugares frequentados por crianças. Existem até certos empreendimentos imobiliários que se valem da instalação desses equipamentos no condomínio como propaganda de venda e escolas que se gabam de oferecer um computador por criança.

Na verdade, o estímulo para que as pessoas usem o computador é imenso e aí entra a questão da comorbidade. Ou seja, pessoas com alguma dificuldade de relacionamento social, fóbicas, tímidas demais ou com quadros depressivos, em contato com o computador, acabam abusando de seu uso o que acarreta prejuízos em sua vida social, financeira e até profissional. Muitas perdem o emprego, porque se aproveitam de que o trabalho requer o uso do computador para despender tempo com jogos, e-mails, internet ou até mesmo visitando sites de pornografia.

De certa forma, o computador é uma experiência nova na vida de muitas pessoas. Para estabelecer alguns limites quanto ao uso desse equipamento, os pais precisam entender como ele funciona. Há uma charge que mostra bem a situação atual. Nela, o pai diz ao filho: “Me mostra como isso funciona, para eu dizer o que o que você pode fazer”. Não são poucos os adultos que ainda estão engatinhando no manuseio do computador, enquanto as crianças cada vez mais precocemente aprendem a manejá-lo.

Drauzio – Isso não é bom?

André Malbergier – É bom, desde que haja um filtro, porque não se conhecem ainda as consequências dessa abertura total, nem se sabe em que idade o contato com o computador deveria acontecer. Será que uma criança de três anos, que aprende a brincar com joguinhos, às vezes educativos, e passa a tarde toda no computador, porque os pais estão trabalhando e a empregada entretida com seus afazeres, não se tornará um usuário compulsivo? Hoje, o computador substituiu a televisão no papel de babá eletrônica. Só que a televisão não é interativa. Num determinado momento, o espectador se cansa e vai embora. O computador, ao contrário, é interativo e prende muito mais a atenção.

Orientação aos pais

Drauzio – Que orientação você dá aos pais nesse sentido?

André Malbergier – Acho que os pais devem estabelecer um tempo para os filhos ficarem diante do computador. Dependendo da idade pode ser de uma hora, mas nunca deve ultrapassar três horas. E não é só por causa do risco de adição. Problemas de postura e obesidade já têm sido associados ao uso excessivo do computador. É triste dizer, mas três mortes de adolescentes na Coreia foram atribuídas a esse uso. Os jovens tinham permanecido na lan house durante 48 horas sem comer e sem dormir e só se afastavam do computador para ir ao banheiro. Provavelmente, eles já apresentavam alguma patologia de base que os deixava mais vulneráveis, mas o fato é que faleceram de exaustão. Em algumas dessas lan houses, existem as sessões coruja e a oferta de um pacote promocional para o usuário passar a noite toda no computador, gastando muito pouco e não são muitas as que proíbem a entrada de menores. Felizmente, no final de 2003, foi aprovada pela Câmara Municipal uma lei que obriga a apresentação de uma carta dos pais autorizando o filho a passar a noite nesses estabelecimentos.

Drauzio – A compulsão pelo computador não é exclusividade da infância. Muitos adultos também apresentam essa característica?

André Malbergier – Em geral, as pessoas começam a queixar-se de que estão usando o computador de forma nociva já adultas. Se imaginarmos que a internet apareceu no início da década de 1990, pode-se dizer que elas não eram muito crianças quando se interessaram por ele. No entanto, quem nasceu depois dessa data, já nasceu na era da internet. Consequentemente, a tendência é o número de casos de dependência aumentar, especialmente porque nas famílias mais ricas cada criança tem à disposição um computador no quarto e, em vez de brincar com os amigos, fica trancada em casa batendo papo pela internet. A propósito, nos Estados Unidos, foi realizado um estudo muito interessante. Os pesquisadores acompanharam por seis meses pessoas que fizeram a matrícula num provedor. A conclusão foi que quanto mais horas ficavam plugadas na internet, mais sintomas de depressão ou mais dificuldade de estabelecer relacionamentos, que eles chamam de sérios, apresentavam. Portanto, já existem evidências de que ficar muito tempo na internet pode gerar problemas na esfera social do comportamento.

Tratamento

Drauzio – Vamos falar um pouco sobre o tratamento para compulsões. Existe tratamento para uma pessoa compulsiva que faça compras ou que fique no computador 12, 14 horas por dia?

André Malbergier – No que se refere às compras, há estudos sobre o assunto e uma experiência clínica maior. Em primeiro lugar, lida-se com a questão comportamental, restringido as oportunidades de acesso às compras como se faz com as drogas. Como medida inicial, procura-se reduzir e, às vezes, suspende-se totalmente o montante de dinheiro que chega às mãos dessas pessoas. Tenho uma paciente que, por causa disso, me chama de Collor e a sua mãe de Zélia, pois impedimos que tenha dinheiro à disposição, caso contrário, perderia o controle e sairia fazendo compras por aí. O objetivo dessa proposta de tratamento é fazer com que a pessoa aprenda a viver com o que ganha e a respeitar um orçamento. Pedimos que, nesse período, tente afastar-se dos shoppings e deixe de usar cartões de crédito e talões de cheque. Quanto mais pagar as compras com papel moeda, melhor. Se quiser comprar um sapato, por exemplo, pelo qual se dispõe a pagar R$ 50,00, sairá de casa levando essa quantia e talvez um pouquinho mais para tomar um lanche. O problema é que, em geral, as pessoas se sentem de certa forma humilhadas porque possuem médio ou alto poder aquisitivo, não lhes falta dinheiro, mas são tratadas como crianças. Existem alguns estudos com medicamentos antidepressivos para controle da compulsão por compras, mas sempre fica a dúvida sobre sua verdadeira eficácia. Uma das drogas é o Citalopran, um antidepressivo que vem sendo submetido a testes, inclusive comparando seu efeito com o do placebo, e que parece diminuir a compulsão pelas compras. Isso sugere que se pode associar medicação e terapia comportamental. Nos casos de uso abusivo do computador, não existem estudos – pelo menos que eu conheça – sobre a ação dos antidepressivos. Por isso, o tratamento é basicamente comportamental a fim de tentar impedir o acesso fácil e ilimitado do usuário.

Drauzio – Muitas mulheres se queixam que os companheiros passam horas e horas no computador e que isso acaba interferindo no relacionamento afetivo.

André Malbergier – É em casa que o usuário compulsivo de computador enfrenta a primeira dificuldade, pois vai deixando de atender o chamado para o jantar, não respeita a hora de dormir ou de cumprir as tarefas domésticas, não conversa com a esposa nem dá atenção aos filhos. É sempre interessante avaliar como o computador está inserido nas atividades do dia a dia e medir as horas não essenciais dedicadas a seu uso, desprezando o tempo dedicado ao trabalho, ao estudo ou em busca de informações. Nos casos de usuários compulsivos, verifica-se que esse tempo gira em torno de 27 a 30 horas semanais, ou seja, de três a quatro horas por dia. Ora, se pensarmos que a pessoa chega em casa às sete, oito horas da noite, de fato não lhe sobra muito tempo para a vida em família.

Drauzio – Com as crianças talvez seja mais fácil controlar esse uso. O pai estabelece horários, desliga o computador ou proíbe seu uso indiscriminado. Como se faz esse controle com os adultos?

André Malbergier – Aí está o problema. Uma senha, por exemplo, pode resolver o problema com a criança. Com o adulto é preciso conversar. Já recebi o filho de um senhor aposentado, com mais ou menos 70 anos, que aprendeu a mexer no computador e estava se descuidando da saúde por causa disso. O computador tem um aspecto muito atraente. Atrás dele a pessoa pode ser quem quiser. O homem mais velho, por exemplo, pode conversar com garotas, dizendo ter 25 anos e uma aparência muito diferente da que realmente tem. Há até quem mande pela Internet fotos de outras pessoas como se fossem suas alimentando essas fantasias.

Drauzio – De fato, o computador pode estar ligado a uma infinidade de comportamentos que proporcionam prazer.

André Malbergier – É verdade. Muitas pessoas questionam se o problema é o computador ou se o acesso que dá à pornografia, por exemplo, só interessa às pessoas que já têm distúrbios sexuais. No que se refere aos jogos, qualquer um pode entrar em sites de cassinos e jogar livremente. Basta declarar que tem 18 anos, pois ninguém vai conferir a informação. E não são só casos como esses. Há uma infinidade de comportamentos compulsivos associados ao uso do computador. Tive uma paciente que quase não conseguia levantar-se da cadeira, na expectativa de que pudesse chegar um novo e-mail para ela. Outro aspecto importante para a adesão ao computador é a velocidade com que se processam as informações. Eu tinha um modelo 486. Ligava e podia ir ao banheiro sossegado, porque ele demorava muito para abrir. Hoje, os equipamentos permitem que se abra uma página atrás da outra rapidamente, o que provoca sensação de euforia, bem-estar e libera adrenalina.

Drauzio – Quanto mais veloz o computador, mais rápido o estímulo que dá prazer?

André Malbergier – É, sim, a tal ponto que pessoas ansiosas ou inquietas, às vezes, não aguentam esperar se o computador estiver lento. De certa forma, o mundo moderno empurra as pessoas para os comportamentos compulsivos. Não é só o computador mais veloz. É o cartão de crédito, são os cheques pré-datados, a propaganda e as cores das lojas, tudo estimula o desenvolvimento da compulsão.

Publicado em 08/12/2011

(Fonte: http://drauziovarella.com.br/drauzio/comportamentos-compulsivos/)

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No dia 18 de Maio se comemora o Dia do Amigo, e destacamos um lindo exemplo de solidariedade masculina

Um exemplo comovente de que homens também são solidários diante da dor de colega e em gesto de companheirismo doaram seus dias de férias, para que cuidasse de filha extremamente doente, é algo que merece destaque e parabenizamos a todos e a equipe de jornalismo por isto. É algo que é motivante e pode servir para um EVENTO de relato de casos, a exemplo desse para se comemorarem breve o DIA DO AMIGO em 18 de maio.

Também nesta edição pesquisamos sobre a moda masculina indicando fontes para quem é tamanho plus size, incluindo os trajes para a ocasião especial – O DIA DO CASAMENTO – dentre outros destaques em notícias, que pesquisamos e acreditamos possam ser interessantes para sua leitura nesta edição.

Receba nosso abraço cordial da equipe ESPAÇO HOMEM, e de Elisabeth Mariano.

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